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cecilialeitecosta

PUBERDADE - PRIVACIDADE E INTIMIDADE

CUMPLICIDADE COM O AMIGOS DO MESMO SEXO

Ele evita compartilhar coisas íntimas com a família porque se sente exposto. Teme que aquelas sensações ou sentimentos sejam moralmente condenáveis e impliquem em proibições que o novo corpo, em ebulição, não têm condições de aquecer. Seus sentimentos e sensações costumam encontrar eco nos dos amigos do mesmo sexo e da mesma faixa etária. São vivências inéditas que trazem vergonha, pudor e que, por esse motivo, costumam ser compartilhadas com os colegas que sabem o que eles sentem. Saber, nesse caso, se refere ao conhecimento que vem da experiência em primeira pessoa. A cumplicidade com os amigos do mesmo sexo acontece, em considerável medida, em função dos “segredos” que podem compartilhar e substitui a cumplicidade antes encontrada com os pais. Eles são referências importantes para o início da separação da criança das suas referências infantis, rumo a um projeto de vida pessoal, adulto. Acreditamos que essa seja a razão da “divisão espontânea” dos sexos nessa etapa do desenvolvimento. Os grupinhos de amigos do mesmo sexo e o “Grande Amigo” são peças-chave no quebra cabeças do desenvolvimento da Identidade Sexual. O Grande Amigo(a), em geral, é líder, representa o sucesso nas performances sociais- ligadas à desenvoltura na vida social, nas primeiras experiências sexuais (1) e, ao mesmo tempo, é uma referência diferente da família de origem. Para falar com Dias: “Essas relações são muito intensas e carregadas de sentimentos de posse e ciúme. Qualquer briga com o grande amigo ou amiga desencadeia fortes sentimentos de traição e desilusão, que são facilmente esquecidas em pról do novo amigo, rapidamente alçado à condição de intimidade” (Dias, R.C.S.V, 1996, p. 91).

Para além disso, começar a se interessar por temas e universos de inserção e pertencimento mais adultos – e se distanciar da família nuclear- são muito comuns nessa fase. A capacidade intelectual- analítica e argumentativa- começa a se desenvolver a saltos largos. Nesse momento, homens e mulheres que representem os objetos de desejo e status a serem alcançados, são alçados à condição de ídolos. Eles podem ser pessoas das redes “concretas” (1) - Os modelos identitários em transição serão tema de ensaio posterior, do mesmo núcleo: Adolescência e Identidade Sexual.

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