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  • cecilialeitecosta

PUBERDADE- FASE AUTO-SEXUAL-BLOQUEIOS NESSA FASE

Atualizado: 1 de mai. de 2022

Fase auto- sexual

Dando continuidade ao post anterior sobre bloqueios na I.S (identidade sexual), essa fase é conhecida pelos medos, ansiedades, estranhezas oriundas da chegada da energia sexual (erotismo) no corpo dos púberes. A importância dessa etapa no desenvolvimento da I.S está na exploração do prazer no próprio corpo. Se os pré-adolescentes, quando crianças, puderam explorar o corpo de forma mais livre na infância e conhecem a masturbação como forma de mecanismo de descarga -de ansiedade ou compensatório - eles têm mais chances de voltar a usá-la para exploração das sensações eróticas no corpo. Mas eles podem conhecer esse recurso a partir da puberdade de forma criativa, igualmente. Se eles foram criados num ambiente moralmente rígido ou com climas muito inibidores, cuja consequência tenha sido a introjeção dessa forma de ser e se comportar, talvez encontrem dificuldades em explorar o erotismo no próprio corpo. Os bloqueios estruturais decorrem:

-da Rejeição a si próprio e ao próprio corpo (dificuldade na aceitação)

A rejeição a si próprio (a) é uma dinâmica psicológica (forma de funcionamento inconsciente) muito anterior, que ultrapassa o âmbito da sexualidade. O surgimento do erotismo agente - com a chegada da energia sexual- a partir da puberdade, tenderá a explicitar a dificuldade do púberes no contato com o prazer e as eventuais consequências para o desenvolvimento da vida sexual ativa.

-de Censuras morais internalizadas

São casos em que proibições morais e/ou religiosas que, em geral, vêm da infância, se tornam traços da personalidade da criança que aparecem, mais explicitamente, a partir da puberdade. Nesses casos, sentimentos como vergonha, pudor e etc, podem reprimir a espontaneidade da criança, impedindo-a de explorar, de forma lúdica e tranquila, o contato com as zonas erógenas (genitais) ou podem se iniciar na puberdade e impedirem ou dificultarem a etapa “preliminar” da vida sexual ativa: se familiarizar com o prazer erótico no próprio corpo. Logo, nessa fase, os bloqueios estão associados à dificuldades na aceitação do próprio corpo e na autorização, externa ou interna, de explorá-lo como fonte de prazer.[1]O individuo retido na fase auto-sexual não inicia ou não completa o processo de projeção de traços dos ídolos em um Amigo(a) idealizado(a) e, portanto, não dispara o processo de projeção idealizada necessário à formação da identidade idealizadas, comprometendo as etapas seguintes de experimentação com outros corpos e interação sexual.

Continua no próximo Post


[1] A AP distingue entre marcas estruturais, vindas de climas inibitórios na fase cenestésica (pré-verbal), traços introjetados ao longo da infância e censuras morais, que podem vir da família ou do contexto cultural no qual a criança se desenvolve. Naturalmente, os modelos parentais- masculinos e femininos- marcam a criança em todos os níveis. Essa compreensão psicodinâmica é ligeiramente diferente da psicanalítica. Para Dias, o Psiquismo Caótico Indiferenciado-conceito emprestado de Bermudez, equivalente ao Id na teoria freudiana- é o cerne da estruturação subjetiva. As atmosferas facilitadoras e inibitórias, porém, se distinguem da censura superegóica no diagnóstico clínico e, por conseguinte, na estratégia psicoterápica. Em outras palavras, os climas inibitórios introjetados pela criança são pulverizados em alguns tipos de figuras de mundo interno, dentre elas, figuras superegóicas. Essa figuras são desmobilizadas, na psicoterapia, a partir de manejos distintos. De qualquer forma, o fundamental é entender que censuras morais internalizadas se tornam traços de rigidez moral e podem causar bloqueios estruturais no desenvolvimento da I.S, ao passo que rigidez moral sócio/cultural (externa) é, também, angustiante, porém, a causa da angústia é mais facilmente acessível à consciência. Essas, quando ocorrem, podem gerar bloqueios funcionais.

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