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cecilialeitecosta

PARCEIRO SEXUAL POSSÍVEL versus PARCEIRO SEXUAL EVITADO-BLOQUEIOS NOS MODELOS PARENTAIS

Dando continuidade ao Post anterior, parceiro sexual evitado é um diagnóstico psicodinâmico. Ele só faz sentido se o padrão de evitação das situações eróticas prazerosas a despeito do interesse do indivíduo for identificado. Ou seja, alguém é um parceiro sexual possível (psp) se essa for uma escolha, inconsciente, de fuga das relações sexuais altamente desejadas, porque elas são, também, altamente ansiogênicas. A estratégia clínica, nos casos de angústias ligadas ao parceiro sexual evitado (pse) é trazer à tona (tornar consciente) o conflito que está evitado a fim de que os indivíduos decidam, conscientemente, se querem ou não se submeter às situações que antes geravam desconcerto, constrangimento ou pânico. Os conflitos na estruturação identidade sexual (IS) aparecem em bloqueios nos modelos masculinos e femininos infantis (pai e mãe) e podem ser resumidos nas seguintes condições emocionais:

1) “Não quero parecer com esse pai e/ou não quero ser um homem como esse pai” que, por fim, implicam no bloqueio dos traços masculinos associados ao pai.

2) “Não quero parecer com essa mãe/ou não quero ser uma mulher como essa mãe”[1] que, por fim, implicam no bloqueio dos traços associados à mãe.

Do ponto de vista das crianças, trata-se de situações como:

- Pais que não se tratam bem,

- Sentir-se abandonadas por eles,

- Pais ausentes que não oferecem estrutura material ou afetiva,

- Pais presentes materialmente, mas não afetivamente e/ou vice-versa

- Pais controladores ou que colocam, mesmo que não intencionalmente, as crianças na posição de escolher entre eles.

Portanto, trata-se de uma sensação, às vezes difusa, que pode deslizar entre não admirar, ter vergonha e/ou até ter horror e rejeitar se assemelhar ao masculino e feminino representados pelo pai e mãe, respectivamente. A blindagem pode ser profunda ao ponto de a pessoa não conseguir organizar que tipo de mulher ou homem serão. Isso faz menção, para além da construção do gênero ou dos papéis ligados ao gênero, à extrema solidão com relação aos encontros ou a possibilidade de desenvolver relações amorosas estáveis.

Continua no próximo Post

[1] Evolução da identidade sexual. In: Vínculo Conjugal na Análise Psicodramática. (2000). Ágora. SP.


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