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cecilialeitecosta

PARCEIRO SEXUAL POSSÍVEL versus EVITADO-CONSEQUÊNCIAS DE BLOQUEIOS NOS MODELOS PARENTAIS

Dando continuidade ao Post anterior, pessoas com bloqueios severos nos modelos feminino e masculino parentais, em geral, configuram casos de impedimentos de contato. Nesses casos a interação, de um modo geral, fica bloqueada ou são de casos de profunda solidão existencial (sensação de desencaixe difusa) ou, ainda, em casos de bloqueios mais leves, de desencaixe na vida sexual. As sensações de “desencaixe, que podem ser existenciais, na relação com o gênero ou aparecer na dificuldade de se engajar em relacionamentos duradouros, são questões complexas e implicam vários aspectos genéticos e influências socioculturais que excedem os limites e propósito do ensaio. Nosso objetivo é refletir sobre bloqueios severos, como os que encontramos nos impedimentos de contato, como falta de intimidade com o feminino e o masculino em um sentido mais amplo, i.e, como dificuldades/ incapacidades de se sintonizar com o parceiro desejado pela falta parcial ou total da estruturação da identidade sexual. Identidades sexuais completas pressupõem a interação entre os 4 elementos: energias masculina e feminina mescladas a papéis associados a comportamentos femininos e masculinos. A harmonia entre esses 4 elementos define o jeito masculino e feminino único de cada um estar no mundo[1]. Se os modelos parentais estiverem bloqueados, todo o processo de transição identitária será comprometido, visto que ele é composto por três etapas: idealização (novas referências identitarias), projeção (em amigos reais) e fusão com modelos existentes/infantis. Se a fusão não ocorrer, o processo não é concluído. Modelos parentais não são substituídos. Eles se fundem às novas referências identitárias. Esse processo é a condição necessária para que adolescentes desenvolvam identidades sexuais genuínas, i.é, desenvolvam conceitos próprios (valores, ideias) e projetos de vida integrados. Bloqueios nos modelos infantis podem comprometem o desenvolvimento da erotização, retardar a entrada da vida sexual e trazer dificuldades em usufruir do prazer erótico e sexual. A consequência da identidade sexual parcial ou integralmente bloqueada é a falta de modelo de como seja se sentir e se comportar em situações erotizadas da puberdade em diante. Os bloqueios acontecem em vários níveis e são proporcionais ao grau de evitação inconsciente das situações altamente erotizadas, que pode variar entre evitar situações muito erotizadas até evitar a intimidade erótica.

Paulatinamente, as memórias relativas ao conflito/trauma são “apagadas” da consciência e se tornam material latente. Uma vez que esse conteúdo seja mobilizado e o conflito resolvido, o modelo é desbloqueado e o canal de escoamento da sexualidade é liberado para descarga íntegra do prazer sexual, independente das escolhas e da orientação sexual das pessoas. Chamamos esses bloqueios de estruturais[2] porque o conflito na origem dos bloqueios está encoberto e, por conseguinte, não causa angústia. Se a angústia não está acessível ao próprio indivíduo, ela não surge como material para trabalho na psicoterapia. Esse tipo de conflito costuma ser disparado por circunstâncias inusitadas.

Continua no próximo Post


[1] Para maiores detalhes ver Dias em Post 2-Feminino e masculino na formação da intuição-, in: Ensaio Sexualidade e Identidade Sexual, in: www.ceciliapsicologa.org. [2] Para maiores detalhes ver Dias in Post 2-Bloqueios Funcionais versus Bloqueios Estruturais-, em Ensaio: Bloqueios no desenvolvimento da Identidade Sexual-, in: www.ceciliapsicologa.org


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