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  • cecilialeitecosta

O PÓS-SUPEREGO-CRISE DE AUTORIDADE

Voltando à teoria clínica, vamos examinar mais amiúde como as transformações culturais implicaram em transformações egóicas o longo dessas três gerações. Os Boomers e X são pais liberais: prezam o diálogo e são críticos da rigidez moral. Os millennials, seus filhos, crescem com modelos de liberdades individuais internalizados e naturalizados. É uma geração que questiona e se habituou a ceder menos e negociar mais. Essa pauta de referências de costumes produz, na área psicológica, um boom de especializações me mediações em todas áreas: educacional, jurídica, hospitalar, assim como especializações breves ou focais- conjugais, familiares, etc-; com intuito de formar mediadores para que as partes em conflito conversem francamente e entrem em acordos. Sem entrar em detalhes que extrapolam nosso objetivo, o ponto central é que a mudança nos costumes que aconteceu, paulatinamente, desde os anos 60 resultou numa sociedade que questiona. A estabilidade dos modelos do que funcionavam como alicerce de formação moral dos indivíduos até primeira metade do sec XX (família, escola e Igreja) esmorece. Na nova forma de vida liberal as mídias (televisiva e depois digital) por meio da propaganda/marketing se tornam os grandes difusores de valores. Eles passam a oferecer modelos e horizontes morais almejados. Juventude, beleza e fama passam a ser o suprassumo da vida bem sucedida. As liberdades individuais caminham junto com o laicismo que encolhe consideravelmente o lugar da Igreja como fonte de valores essenciais para a formação moral. Paralelamente, vemos pais sem autoridade para oferecer modelos a serem desejados. Embora sejam abertos ao dialogo e incentivadores das buscas motivacionais dos filhos, não oferecem, eles próprios, modelos que inspiram admiração (a não ser os que se enquadram nos novos valores de sucesso). A família extensa e os antigos modelos identitários infantis (tios, avós, professores) se tornam referências afetivas. São ainda, às vezes, modelos incorporados à identidade na infância, mas não como exemplo de sucesso e estilos de vida aos quais o individuo almejasse. Temos uma crise de autoridade. Quais as consequências desse processo na formação dos novos Egos? Em primeiro lugar, temos crianças expostas a um universo moral muito mais complexo. O “binarismo moral” da infância super-egóica (certo e errado, preto e branco) é substituído pelo modelo de questionamento. Isso traz consequências, a longo prazo, para crianças que , por um lado, passam a ser mais criativas - expostas a muitos estímulos- e, por outro, sem continência, visto que as referências são mais instáveis. Esse ponto será desenvolvido em seguida. Em segundo lugar, os modelos infantis mais importantes -paternos (MPE)-são mais fracos (não moralmente, mas estruturalmente). Funcionam como modelos de aconselhamento, muitas vezes titubeantes que, eventualmente, acabam por contribuir para a instabilidade psicológica nas épocas mais criticas da formação de personalidade-especialmente na adolescência.

Continua no próximo Post

POST SUPEREGO- CRISIS OF AUTHORITY

Getting backing to clinical discussion, let’s take a look at how cultural changes implied in egoic ones throughout three generations. Boomer and X generations are liberal parents: they appreciate dialogue and are against moral rigidity. Millennials, their sons, by the time are grown up, have introjected models of speed and sexual freedom. For them, that’s how things are. This is an inquiring generation less used to renouncing and more use to negotiating. The new moral behavior script generates, in psychology, a boom of brief/focused specializations in areas such as law, mental health services (hospitalization) and also in couple and family’s therapies whose goal is to mediate parts in order to give room for hard talks and agreements. Without getting into details that exceed our knowledge, the main point is that the change in moral behavior script which had slowly been taking place since the 60s, result in an inquisitive culture. The old moral values vehicles (family, school and Church) become outdated. In the new way of life TV and later, digital and social medias are the new moral vehicles. They offer models and horizons to be aspired. Youth, beauty and fame are elevated to the top of life achievements. Speech and sexual freedom move along side by side with laicism, shrinking considerably the role of Church as a source of essential moral values. At the same time we see parents who, despite being identity models, aren’t taken as models of life aspiration anymore. They are open to dialogue and encourage their kids to search for their motivations but aren’t, themselves, models of success most of the time. Extended family (uncles/aunts, grandpas) and the old childhood identity models (teachers, for instance) are still quite important as affective references but not as aspiration models to adults’ ways of life. We have got a authority’s crisis. What are the consequences of this new reality in new egos’ build? Firstly, kids are exposed to a much more complex moral universe. The superegoical childhood “moral binarism” (right or wrong, black or white) is replaced for “inquisitive model”. The long term consequences are a context of very creative children-exposed to many stimulus all of the time- on one hand, and lacking self-constraint/internal continence, on the other- once references are very unstable. This point will be developed in the wake. Secondly, the most relevant Identity models- parents- are structurally weak (not morally). They act more as counselling models, many times quite hesitant, which might eventually contribute to emotional instability in critical times for personality structuration- especially in adolescence

To be continued in the next Post



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