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  • cecilialeitecosta

MUNDO CONTEMPORANEO- UM BREVE COMENTÁRIO SOBRE PANDEMIA, R.V (REALIDADE VIRTUAL) E ANSIEDADES

Atualizado: 25 de mar. de 2023

Dando continuidade aos Posts anteriores, dissemos que as mudanças na personalidade dos indivíduos contemporâneos podem ser consideradas, ao menos em parte, como um reflexo das mudanças culturais. De 2020 a 2022, mais ou menos, a população mundial passou por um trauma que foi desastroso para a saúde mental das pessoas e interferiu em seus projetos de vida também. A pandemia de COVID, como em qualquer tempo de exceção, foi uma tragédia que estabeleceu um prolongado estado mental de estresse. No que concerne aos seus efeitos psicológicos, o período- pós-traumático exige a elaboração do trauma que, em poucas palavras, se traduziria pela resolução dos núcleos de impotências das pessoas. Seguindo a compreensão da A.P[1], esse processo consiste numa evolução que vai: 1) de reações imediatas ao trauma (choque); 2) reações emocionais ao trauma (que podem se incluir num longo espectro de emoções reativas tais como, raiva, ódio, desejo de revanche, vergonha, sentir-se humilhado, culpado, até fantasias ou devaneios reativos), que escondem sentimentos mais profundos de tristeza e impotência. Finalmente, se o processo for bem resolvido, deve levar ao; 3) núcleo de impotência- aceitação da realidade e resignação que, nesse caso, são o resultado saudável de vivências pós-traumáticas. Além disso, no que toca aos transtornos pós-traumáticos[2], seguindo nossa linha de raciocínio, o trauma, em condições como essas, pode funcionar como gatilho para outras angústias e suas respectivas ansiedades. 1)Existenciais- se a direção (projeto) de vida das pessoas for interrompida abruptamente, o que, em princípio, descreve um cenário de angústias/ansiedades proporcionais à realidade. Esses são, entretanto, quadros agudos de remissão rápida, que costumam ser atenuados à medida que a situação se normalize. Se ela persistir, isso talvez seja um sinal que a súbita desorientação circunstancial nas suas vidas tenha trazido à tona outras dificuldades ou que outros conflitos de mundo interno tenham vindo à tona juntamente ao contexto de estresse prolongado; 2)Neuróticas- se conflitos internos encobertos vieram à tona. Em ambos os casos, os resultados vão depender do nível de gravidade desses conteúdos e do nível de autocontenção (parte saudável/força de ego) dos indivíduos. No período em questão, as interações virtuais foram alavancadas pelo lockdown e, juntamente com avanço da inteligência artificial (I.A) aceleraram o processo de evolução da experiência figital (contração de físico + digital ) em vidas fusionadas ao digital- onlife ( contração de on-line + vida) [3]. Em resumo, já estamos imersos em uma sociedade pós-presencial, na qual a distância física está caminho de se tornar irrelevante. Trata-se, de fato, de um mundo impermanente... Ao lado das questões mais patentes de como assegurar a privacidade e a segurança dos usuários no Metaverso, se pensarmos sobre as relações/interações... como elas se darão em um futuro bem breve? E como ficam as ansiedades nesse contexto de impermanência? Continua no próximo Post [1] Análise Psicodramática, nosso principal referencial metodologico [2] Não obstante as obvias similaridades com a nomenclatura psiquiatrica, nao mencionaremos os Transtornos de stress pós-traumáticos (TSPT) prouqe o campo excede nosso conhecimento e , talvez, siga crietrios diagnostiocs diferentes. [3] “A experiência figital resulta da combinacão dos mundos físico e digital, preenchendo a lacuna entre a experiencia de compras online(e-commerce) e as compras em lojas fisicas. Contrariamente à visão futurista orweliana, precisamos nos dar cont de que já estamos imersos num estilo de vida orweliano”. Maron, E. A expeirncia digital está moldando o mundo . (tradução livre) In: bring.com. “The phygital experience is a combination of the physical and digital worlds, bridging the gap between the e-commerce experience and shopping at physical stores. Rather than viewing this as an Orwellian futuristic vision, we need to realize that we are already leading a phygital lifestyle”


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