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  • cecilialeitecosta

MODELOS IDENTITÁRIOS INFANTIS-FORMAS DE SER E SE COMPORTAR FEMININAS E MASCULINAS

A sexualidade, prevista no protocolo genético, parte de dois instintos básicos em qualquer espécie mamífera: impelir- atribuída ao macho e acolher, atribuída à fêmea. Para Dias[1], esse seria o instinto básico subjacente à forma de se sentir e se comportar como macho e como fêmea. Nos seres humanos, essas energias se expressam no agir no mundo- energia agressiva (primeiramente por necessidade- instinto de sobrevivência- sucção do seio) e no sentirenergia feminina- acolher as sensações advindas do contato com o calor, afago e nutrição. A energia masculina/ agressividade / assertividade se desenvolve a partir da busca do alimento, depois do afeto e depois da satisfação das necessidades e vontades. A energia feminina/passividade/ intuição, por sua vez, se desenvolve a partir do receber, acolher e depois do sentir e intuir. Pode-se concluir que embora impelir seja um instinto masculino e acolher um instinto feminino, ir para o mundo com combatividade- energia masculina- e ser capaz de acolher, receber e captar atmosferas psicológicas- energia feminina-, são instintos intimamente relacionados à traços introjetados e comportamentos aprendidos por imitação presentes tanto em homens quanto em mulheres. Essa informação é crucial porque traz a atenção para os modelos de comportamento comumente associados aos gêneros masculino e feminino e a traços (formas de ser[2]) mais combativas e/ou sensíveis (relacionadas às energias masculinas e femininas) presentes nos pais ou cuidadores que serão oferecidos como modelos de introjeção e aprendizado aos filhos. Somado à isso, há padrões morais e culturais em voga que servirão como solo para as transformações cenéstesicas na puberdade, porque é de onde virão as referências de comportamentos diferentes dos familiares introjetados até então. Retomando o início do ensaio, a chegada da energia sexual imprime sensações numa intensidade, muitas vezes, violenta. Os modelos das funções paterna e materna- i.é, de papéis associados ao gêneros masculinos e femininos- foram transmitidos e introjetados numa criação “x”; junto com modelos de combatividade para buscar satisfazer os desejos e aspirações e integra-los a uma vida satisfatória. Uma combinação y desses elementos e de vivências individuais inibitórias (de opressão, repressão) ou de facilitação emocional, formaram a personalidade da criança. O contexto de convivência da criança é o que ela conhece e aprende a considerar “normal”, porque ela ainda não tem autonomia e condições psíquicas para se expressar como um indivíduo com opiniões e convicções próprias até então.

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[1]Dias, V.S Psicodrama. Teoria e prática. Ágora.1987 [2] Vou me referir aos traços de personalidade como formas de ser e sentir introjetadas, afim de facilitar a compreensão de como eles estão entrelaçados a formação da personalidade.

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