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cecilialeitecosta

MODELOS IDENTITÁRIOS INFANTIS

FOMAS DE SER E SE COMPORTAR FEMININAS E MASCULINAS


A sexualidade, prevista no protocolo genético, parte de dois instintos básicos em qualquer espécie mamífera: impelir- atribuída ao macho e acolher, atribuída à fêmea. Para Dias, esse seria o instinto básico subjacente à forma de se sentir e se comportar como macho e como fêmea. Nos seres humanos, essa energia se expressa no agir no mundo- energia agressiva (primeiramente por necessidade- instinto de sobrevivência- sucção do seio) e no sentirenergia feminina- acolher as sensações advindas do contato com o calor, afago e nutrição. A energia masculina/ agressividade / assertividade se desenvolve a partir da busca do alimento, depois do afeto e depois da satisfação das necessidades íntimas e vontades e a energia feminina/passividade/ intuição se desenvolve a partir do receber, acolher e depois do sentir e intuir.

Pode-se concluir que embora impelir seja um instinto masculino e acolher um instinto feminino, ir para o mundo com combatividade- energia masculina- e ser capaz de acolher, receber e captar atmosferas psicológicas- energia feminina-, são instintos intimamente relacionados à traços e comportamentos introjetados por imitação, presentes tanto em homens quanto em mulheres. Esse aparente detalhe é crucial porque traz a atenção para os modelos de gênero (masculino e feminino) e de combatividade e sensibilidade (masculino e feminino) presentes nos pais ou cuidadores que serão oferecidos como modelos de introjeção e aprendizado aos filhos. Somado à isso, teremos os padrões morais e culturais em voga que serão o solo para as transformações cenestésicas do púbere, porque é de onde virão as referências de comportamentos diferentes dos familiares introjetados, compulsoriamente, até então.

Retomando o início do ensaio, a chegada da energia sexual imprime sensações numa intensidade, muitas vezes, violenta. Os modelos das funções paterna e materna- i.é, de papéis associados ao gêneros masculinos e femininos- foram transmitidos e introjetados numa criação “x”; junto com modelos de combatividade para buscar satisfazer os desejos e aspirações (masculino) e de integra-los (feminino) a uma vida satisfatória. Uma combinação y desses elementos e de vivências individuais inibitórias (de opressão, repressão) ou de facilitação emocional, formaram a personalidade da criança. O contexto de convivência da criança é o que ela conhece e aprende a considerar “normal”, porque ela ainda não tem autonomia e condições psíquicas para se organizar como um indivíduo com opiniões e convicções próprias.


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