top of page
  • cecilialeitecosta

MEIO E A FORMAÇÃO DA IDENTIDADE

Nos ensaios anteriores discorri sobre os aspectos constituintes da Identidade e as angústias que permeiam o seu desenvolvimento. Distingui ainda as angústias típicas da formação da identidade sexual das relativas à vida sexual de forma mais ampla. Nesse ensaio me concentrarei nas influências da cultura na formação da identidade. Para tanto, examinarei mais amiúde a noção de identidade a fim de refletir sobre o entrelaçamento entre natureza e cultura na formação de subjetividade hoje.

Mas, afinal, o que é Identidade? Abordarei o desenvolvimento da Identidade de 2 ângulos [1] :

1) Presença dos elementos (energias) feminino e masculino em todos os âmbitos do desenvolvimento desde o nascimento. Eles estão presentes no clima psicológico vindo da família/cuidadores modelos de comportamento de pais/cuidadores e referencias identitárias, por fim, na agressividade e sensibilidade para buscar, com combatividade, rumos autênticos para direção da vida (energias introjetadas na formação da personalidade).

2) Formação do Ego – O segundo ângulo tem como objetivo entender o papel do Ego no desenvolvimento humano. Ele funciona como uma Instância moral que, a um só tempo, rege a vida interativa (sociabilidade) e é termômetro do equilíbrio emocional.

O primeiro ângulo foi desenvolvido nos ensaios anteriores. Esse ensaio será dedicado ao segundo, a fim de alcançar a complexidade necessária para abordar a “Identidade”. Tanto as energias femininas e masculinas quanto as atmosferas afetivas do casal parental e do entorno marcam de forma positiva (dando vazão à criatividade) ou negativa (inibindo a espontaneidade) a personalidade. Além disso, a partir de mais ou menos 2 anos e meio, se tudo ocorreu dentro do previsto para a espécie, o organismo alcança uma certa estabilidade cenestésica (sensorial) fruto da maturação dos sistemas fisiológicos básicos: cerebral, neuro-motor, digestivo e urinário em correspondência com emoções correlatas à eles, quais sejam, satisfação- saciedade, alivio- defecação, descarga tensional de prazer-urina[2]. Essa estabilidade produz um certo ritmo/padrão de regularidade que permite ao psiquismo deslocar a energia do mundo interior para o mundo externo, criando as condições de possibilidade para o investimento de energia na sociabilidade. A partir de então, a criança entra na fase psicológica. Essa fase será marcada pela interação, pelo aprendizado e pela introjeção de traços de personalidade (vindos de referências afetivas importantes, em especial, do pais). Esse conjunto de experiências (vivências) oferece aos indivíduos um cardápio de conceito, valores, ideias e convicções que eles incorporam numa espécie de repertório que lhes confere um lugar de pertencimento no mundo. Freud o chamou de Ego.

Continua no próximo Post [1] Análise Psicodramática. Metodologia criada por Vitor Dias, cuja perspectiva venho desenvolvendo ao longo dessa compilação de ensaios [2] Para maiores detalhes ver Post 3- Desenvolvimento cenestésico, em ensaio: Sexualidade e Identidade Sexual, em: www.ceciliapsicologa.org


13 visualizações0 comentário

Kommentare


bottom of page