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  • cecilialeitecosta

MECANISMOS DE DEFESA

Atualizado: 20 de ago. de 2021

Bloqueio é o termo genérico usado em diversas áreas para se referir ao ato de obstruir, dificultar, impedir uma ação/movimento[1]. O termo bloqueio emocional é usado, também de forma genérica, para definir um sintoma cuja causa seja mental (etiologia desconhecida). Nesse sentido, bloqueios emocionais tem sido, grosso modo, entendidos como processos de “proteção contra situações sentidas como eminentemente perigosas pela mente”. Dessa perspectiva, poderiam ser entendidos como mecanismos de defesa. O conceito de mecanismo de defesa de Freud, contudo, se refere a um processo mais refinado, tanto no que diz respeito a definição e etiologia quanto ao manejo clínico. Para Freud, defesa é o “Conjunto de operações cuja finalidade é reduzir, suprimir qualquer modificação suscetível de pôr em perigo a integridade e constância do indivíduo biopsicológico[2]”. Em termos fisiológicos: “(...) a defesa incide sobre a excitação interna(...). Ela é desencadeada em situações incompatíveis com esse equilíbrio interno e, por isso, desagradáveis ao Ego(...) por exemplo, afetos desagradáveis. O processo defensivo especifica-se em mecanismos de defesa [3] mais ou menos integrados ao ego[4]”. A distinção é importante porque o ensaio parte da compreensão psicodinâmica -criada por Freud- para entendimento dos sintomas e conflitos na base dos sintomas. A partir de agora usarei a Análise psicodramática, similar à visão psicodinâmica, como referência de base. As eventuais diferenças significativas em relação à psicanálise serão apontadas ao longo do ensaio. Para a AP, bloqueios são impedimentos. Impedimentos podem ser externos (reais) ou internos (neuróticos). Mecanismos de defesa são equivalentes às psiconeuroses de Freud e podem se expressar em sintomas conversivos, obsessivos, compulsivos, ideias paranoides e etc.. Um dos parâmetros para entender como se manifestam na vida real dos clientes é a forma como os terapeutas os percebem no espaço de atendimento. Por isso, a compreensão das reações comportamentais e sensações do terapeuta é importante pra o diagnóstico e a estratégia mais eficiente para o tratamento. A compreensão do caso será dividida entre: “1) compreensão das defesas centrada no paciente (sintomas, discurso, atitudes e clima emocional da sessão) e 2) compreensão das reações e respostas emocionais do terapeuta diante da defesa exteriorizada no setting[5]”. Nesse segundo tópico, as reações do terapeuta podem estar associadas ao fato de a defesa do cliente acionar seu ponto cego e, por isso, ele pode perder a condição de explorar e aprofundar o caso devidamente- o que, na psicanálise seria chamado de contratransferência-. Mas a reações do terapeuta podem, também, ser provocadas pela defesa do paciente e, nesse caso, constituírem material precioso tanto para o diagnóstico quanto para a estratégia mais eficaz de desmobilização do conflitos na base dos sintomas. A AP denomina esse fenômeno de contra-defesa. Por isso, também, é importante que o psicoterapeuta passe por um processo psicoterápico individual e que tenha respaldo de supervisão para ajudá-lo a explorar da melhor forma possível sua sensibilidade e intuição a favor da construção de um clima terapêutico facilitador. A vantagem da compreensão psicodinâmica está em ser potencialmente capaz de detectar os mecanismos de defesa antes que eles se manifestem patologicamente no paciente e ou paralisem o processo terapêutico.

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[1] Aurélio, dicionário da Língua portuguesa. 5ª Edição.(2010). [2] La Planche. Vocabulario da psicanálise. P.107 [3] Grifo meu. [4] Ibid [5] Silva, V.H. Psicopatologia e psicodinâmica na Análise Psicodramática. Vol II (2008). Ágora.SP

[1] Aurélio, dicionário da Língua portuguesa. 5ª Edição.(2010). [2] La Planche. Vocabulario da psicanálise. P.107 [3] Grifo meu. [4] Ibid [5] Silva, V.H. Psicopatologia e psicodinâmica na Análise Psicodramática. Vol II (2008). Ágora.SP

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