top of page
  • cecilialeitecosta

INTERAÇÃO SEXUAL e ORIENTAÇÃO SEXUAL-BLOQUEIOS ESTRUTURAIS e BLOQUEIOS FUNCIONAIS

Atualizado: 4 de jun. de 2022

Dando continuidade ao Post anterior, completar a identidade sexual pressupõe a formação das identidades idealizadas femininas e masculinas. Vale notar que completar a identidade sexual idealizada do próprio sexo e do sexo oposto é a condição de possibilidade da sintonia erótica no sentido mais amplo do termo- sexual e energética. A sintonia aqui se refere ao encontro de corpos- associados às descargas de prazer individuais e relativas ao encontro entre eles-, mas também à sintonia entre as energias de impelir (masculina) e acolher (feminina) presentes em ambos os sexos. É plausível associar o ápice da escalada erótica em um corpo do sexo masculino (ejaculação) à energia assertiva (impelir/agir-energia masculina), bem como o ápice da escalada erótica em um corpo do sexo feminino (orgasmo) ao ato de ser penetrada (acolher- energia feminina). Um “Encontro” acontece quando duas pessoas estão mutuamente atraídas e amadurecidas no que toca à evolução das suas identidades sexuais, i.e, dispõem de todas as possibilidades de trocas eróticas.

Da perspectiva que entende o desenvolvimento humano como parte da evolução da espécie, ela se encaixa como uma luva e encontra suporte na ideia de que desejo e Encontro são determinados, em última instância, pela reprodução- finalidade da espécie. O problema dessa premissa é que a reprodução não é suficiente para abarcar as diversas formas de apresentação do desejo- intimamente associado às fantasias- e de sintonia erótica e sexual entre dois corpos. Esse tema é complexo e excede o propósito desse ensaio[1]. Com efeito, o importante é ressaltar que não é a orientação sexual que define o estágio de desenvolvimento da I.S. e, sim, a capacidade de sintonizar com o ser e sentir feminino e masculino incorporadas na formação das identidades sexuais idealizadas, a fim de completar a identidade sexual adulta. Pessoas com orientação heterossexual podem ter bloqueios e pessoas com orientação homossexual podem ter bem harmonizadas a combatividade (energia masculina) e o contato com as necessidades a e desejos íntimos – energia feminina- e terem, portanto, bem equilibradas a passividade e assertividade no sexo e na vida. Esse detalhe é crucial porque as angústias ligadas aos bloqueios na estruturação da I. S em relacionamentos de orientação homo ou bissexual, muitas vezes, estão relacionados ao desequilíbrio ou má-estruturação da complementaridade entre as energias combativa (ação) e intuitiva (conhecer os próprios desejos), que aparecem em todos os âmbitos da vida. As angústias associadas aos bloqueios no desenvolvimento da I.S são resolvidas pela integração dos modelos infantis bloqueados, cuja função é criar espaço para a incorporação de novos modelos de comportamento (masculinos e femininos) e formas de ser e sentir (energias masculinas e femininas). Uma identidade sexual madura implica ter todas as possibilidades de trocas eróticas e sexuais entre dois corpos. Isso define a interação sexual.

Por fim, é importante elucidar que os bloqueios funcionais e estruturais implicam dificuldades distintas para a abordagem clínica/terapêutica. Isso porque, nos casos de bloqueios estruturais, os motivos que levaram ao bloqueio são tão sistematicamente evitados que, na fase adulta, estarão, provavelmente, amortecidos. Esses casos não configuram conflito, logo, não geram angústia e não costumam ser trazidos, espontaneamente, como material a ser trabalhado na psicoterapia. Eles são, na maioria das vezes, disparados por circunstâncias inesperadas na vida real. No próximo ensaio discorreremos sobre a angústia na formação da personalidade. O objetivo do ensaio, para além da compreensão geral do termo e sua função, é introduzir um novo tipo de angústia que surge na puberdade e detalhar o papel das angústias na formação e manutenção dos distúrbios emocionais. [1] Um ensaio mais detalhado será apresentado na sequência.

vel associar o ápice da escalada erótica em um corpo do sexo masculino (ejaculação) à energia assertiva (impelir/agir-energia masculina), bem como o ápice da escalada erótica em um corpo do sexo feminino (orgasmo) ao ato de ser penetrada (acolher- energia feminina). Um “Encontro” acontece quando duas pessoas estão mutuamente atraídas e amadurecidas no que toca à evolução das suas identidades sexuais, i.e, dispõem de todas as possibilidades de trocas eróticas.

Da perspectiva que entende o desenvolvimento humano como parte da evolução da espécie, ela se encaixa como uma luva e encontra suporte na ideia de que desejo e Encontro são determinados, em última instância, pela reprodução- finalidade da espécie. O problema dessa premissa é que a reprodução não é suficiente para abarcar as diversas formas de apresentação do desejo- intimamente associado às fantasias- e de sintonia erótica e sexual entre dois corpos. Esse tema é complexo e excede o propósito desse ensaio[1]. Com efeito, o importante é ressaltar que não é a orientação sexual que define o estágio de desenvolvimento da I.S. e, sim, a capacidade de sintonizar com o ser e sentir feminino e masculino incorporadas na formação das identidades sexuais idealizadas, a fim de completar a identidade sexual adulta. Pessoas com orientação heterossexual podem ter bloqueios e pessoas com orientação homossexual podem ter bem harmonizadas a combatividade (energia masculina) e o contato com as necessidades a e desejos íntimos – energia feminina- e terem, portanto, bem equilibradas a passividade e assertividade no sexo e na vida. Esse detalhe é crucial porque as angústias ligadas aos bloqueios na estruturação da I. S em relacionamentos de orientação homo ou bissexual, muitas vezes, estão relacionados ao desequilíbrio ou má-estruturação da complementaridade entre as energias combativa (ação) e intuitiva (conhecer os próprios desejos), que aparecem em todos os âmbitos da vida. As angústias associadas aos bloqueios no desenvolvimento da I.S são resolvidas pela integração dos modelos infantis bloqueados, cuja função é criar espaço para a incorporação de novos modelos de comportamento (masculinos e femininos) e formas de ser e sentir (energias masculinas e femininas). Uma identidade sexual madura implica ter todas as possibilidades de trocas eróticas e sexuais entre dois corpos. Isso define a interação sexual.

Por fim, é importante elucidar que os bloqueios funcionais e estruturais implicam dificuldades distintas para a abordagem clínica/terapêutica. Isso porque, nos casos de bloqueios estruturais, os motivos que levaram ao bloqueio são tão sistematicamente evitados que, na fase adulta, estarão, provavelmente, amortecidos. Esses casos não configuram conflito, logo, não geram angústia e não costumam ser trazidos, espontaneamente, como material a ser trabalhado na psicoterapia. Eles são, na maioria das vezes, disparados por circunstâncias inesperadas na vida real. No próximo ensaio discorreremos sobre a angústia na formação da personalidade. O objetivo do ensaio, para além da compreensão geral do termo e sua função, é introduzir um novo tipo de angústia que surge na puberdade e detalhar o papel das angústias na formação e manutenção dos distúrbios emocionais.



[1] Um ensaio mais detalhado será apresentado na sequência.

4 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page