top of page
  • cecilialeitecosta

INTERAÇÃO SEXUAL- COMPLEMENTARIDADE ENERGÉTICA

Atualizado: 30 de mar. de 2022

Dando continuidade ao Post anterior, ser capaz de interagir sexualmente é um processo que, em teoria, começa ao final da formação da identidade sexual e início da fase adulta, embora não se concretize nessa etapa. No início da vida sexual adulta, é esperado que as expectativas de performances e a falta de familiaridade com a interação erótica gerem muita ansiedade. As primeiras experiências são, em geral, de descargas individuais, ou seja, cada um se excita e chega ao orgasmo sem segurança sobre como foi o prazer do parceiro durante o sexo. Muitas vezes a preocupação com a própria performance não lhes permite usufruir do prazer sexual integralmente. Mais adiante, o caminho do amadurecimento será o de relacionamentos com sintonia e intimidade sexual, além de projetos compartilhados. Isso define o que conhecemos como amor. No início da vida sexual adulta, entretanto, é comum que as pessoas tenham comportamentos sexuais e não interações sexuais. Mesmo que desde a paquera seja possível se sintonizar com a excitação do outro corpo e essa sintonia disparar o circuito interativo sexual, um Encontro exige, em última instância, um encaixe bem sucedido entre os elementos feminino e o masculino nos dois corpos.

Por fim, é crucial acrescentar que as Identidades infantis masculina e feminina não se formaram, apenas, pela imitação de papéis sociais conferidos à homens e mulheres durante a infância. Modelos de combatividade e sensibilidade (energias masculina e feminina), tanto por parte do pai quanto da mãe (ou de quem desempenhou esses papéis) e de combatividade e sensibilidade (energias masculina e feminina) organizaram a personalidade desses meninos e meninas. As eventuais lacunas na formação dos modelos feminino e/ou masculino nessas crianças, muitas vezes, impedem os processos de fusão identitária, em uma ou em ambas as fases, necessários para que elas completem suas identidades sexuais. Lembremos que uma identidade sexual saudável não significa uma orientação sexual XPTO. Significa intimidade psicológica (sintonia) com o feminino: acolher, receber ou, simbolicamente, ser penetrado e o com o masculino: impelir, se lançar na vida com assertividade/ combatividade ou simbolicamente, penetrar[1]. Essa complexa combinação aconteceu, da forma possível, em todas as pessoas, visto que ter uma identidade sexual, qualquer que seja, está previsto no protocolo genético para espécie humana. É possível que uma pessoa com orientação sexual heterossexual não seja capaz interagir sexualmente e tenha lacunas na formação dos seus modelos feminino ou masculino. Assim como é possível que uma pessoa com orientação homossexual tenha percorrido todo o processo de formação da identidade sexual e tenha bem integradas a combatividade e a intuição na personalidade.

[1] Na adolescência as identidades sexuais estão aflorando, o que significa que as identificações de gênero e orientação sexuais estão em aberto. É verdade que nos casos considerados pela psiquiatria como disforias de gênero as pessoas não se sentem em sintonia com o que deveriam ser os papéis e comportamentos esperados para o seu sexo (gênero) desde muito cedo. Assim como também é verdade que as pessoas com orientação homossexual não costumam sentir que essa seja uma escolha (e sim, uma condição). Essa é uma discussão delicada e que exige o cruzamento de uma serie de fatores, de difícil generalização. Nosso intuito, além de mostrar a complexidade implicada no desenvolvimento de uma identidade, é distinguir, clinicamente, o tipo de sofrimento gerado por angústias reais – vindas de discriminações , preconceitos, etc -, i.e, vindas de impedimentos externos, dos sofrimentos gerados por impedimentos internos ou angústias neuróticas que, nesses casos, estão relacionadas a bloqueios no desenvolvimento das identidades sexuais.

6 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page