Essa pessoa, grosso modo, conta com a masturbação como canal de descarga da sexualidade, que pode acontecer por meio:
- da intimidade com a exploração do próprio corpo, sem relações sexuais
Nesses casos, a vivência erótica é precária, restrita às próprias fantasias, sem vida sexual ativa[1].
- das relações sexuais com descarga erótica retida às fantasias do sujeito.
Nesses casos, as pessoas conseguem fantasiar (ter ídolos), mas não fazem a passagem para a fase de projeção desses traços em alguém real -Grande Amigo(a). Isso significa que as relações sexuais podem acontecer, mas a descarga sexual (escalada erótica) fica conectada à fantasia com alguma figura idealizada, fora do ato/relação sexual. Essas pessoas costumam ter necessidade de terceiros elementos (voyeurismo, fetiches) não como preliminares, mas como condição para a descarga sexual.
A marca importante da retenção nessa fase, de acordo com Dias, é a evitação sistemática, “(…) do contato erotizado e sexualizado com o parceiro real (…) (p.116).
Fase homossexual
Essa fase também é conhecida como fase do(a) Grande Amigo(a). O(a) Grande é o amigo(a) é o amigo(a) idealizado(a) que representa os traços do homem erotizado (no caso dos meninos) ou da mulher erotizada (no caso das meninas) que eles aspiram a ser. A marca dessa fase está na intensidade dos sentimentos (posse, ciúmes) representada nas amizades e amores incondicionais, que definem Idealização. Os amiguinhos do mesmo sexo entendem e experimentam, em primeira pessoa, o mesmo que eles. Os segredos e a necessidade de privacidade constroem, paulatinamente, as condições para a exploração do erotismo em corpos semelhantes aos deles. Homo, nesse caso, se refere à imagem especular. A importância dessa fase está na intimidade afetiva entre eles.Essa etapa permite aos meninos e meninas, terem uma referência (Amigo Ideal) de como é ser e sentir como um homem, no caso dos meninos ou como uma mulher, no caso das meninas, numa situação altamente erotizada. Paulatinamente, a introjeção dos traços do(a) Amigo(a) Ideal, permite a sintonia erótica com o próprio sexo e os comportamentos comumente associados à eles.
[1] Existem casos de regressão profunda, que implicam em I.S precárias. Trata-se de adultos infantilizados, com alto grau de evitação ou nenhum contato relacional. Essas pessoas têm relações precárias com o prazer, visto que não desenvolvem o contato com o próprio corpo e fantasias. São casos de alto grau de inibição social, comumente associados a outros tipos de comprometimento: intelectual, por exemplo.
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