É importante ressaltar que, para Dias, a Identidade Sexual Idealizada do próprio sexo e do sexo oposto são a condição de possibilidade para a sintonia não somente com os comportamentos associados às descargas orgásticas em um ou outro sexo, mas às energias de impelir (masculina) e acolher (feminina) presentes em ambos os sexos. Embora seja possível associar a escalada erótica num corpo do sexo masculino à ejaculação com penetração (energia de impelir) e o orgasmo, num corpo do sexo feminino, à penetração (energia de acolhimento) nos casos de reprodução, isso não é suficiente para definir a sintonia erótica e sexual nas diversas formas e orientações do desejo/ atração sexual. Portanto, não é a orientação sexual que define o estágio de desenvolvimento da I.S. e, sim, a capacidade de sintonizar com o ser e sentir feminino e masculino incorporadas na formação da Identidade Sexual Idealizada do seu sexo e do sexo oposto, completando a Identidade Sexual adulta. Esse detalhe é crucial porque as angústias ligadas a bloqueios na estruturação da I. S em relacionamentos de orientação homo ou bissexual, muitas vezes, estão relacionados a desequilíbrio ou má-estruturação da complementaridade entre impelir e acolher (combatividade e sensibilidade) que aparecem não somente na vida sexual, mas em outros âmbitos da vida. As angústias associadas aos bloqueios no desenvolvimento da I.S não são “sanadas” com uma orientação sexual x ou y. São resolvidas pela integração dos modelos infantis (Pré-Existentes) anteriormente bloqueados, criando espaço para a incorporação dos modelos performáticos associados a um ou outro sexo e energéticos -sintonia entre impelir-energia masculina- e acolher -energia feminina- em ambos os corpos/sexos. Uma Identidade Sexual madura implica em ter todas as possibilidades de trocas eróticas e sexuais entre dois corpos. Isso define a dança interacional que conhecemos como sexo.
Por fim, é importante esclarecer que os bloqueios funcionais e estruturais implicam em dificuldades distintas para a abordagem clínica/terapêutica. Isso porque, nos casos de retenções, os motivos que levaram ao bloqueio são tão sistematicamente evitados que, na fase adulta estarão, provavelmente, amortecidos. Esses casos não configuram conflito, logo, não geram angústia e não costumam ser trazidos, espontaneamente, como material a ser trabalhado na psicoterapia.
HETEROSEXUAL PHASE versus HETEROSEXUAL ORIENTATION
It is worth noting that, for Dias, both Idealized Sexual Identities (of their own and opposite sex) are necessary conditions for people to be in tune with any sexual partner, i.e, with all possible discharge channels and drives[1] (receiving/welcoming-feminine and impelling/aggressiveness[2] -masculine). It is plausible to associate sexual arousal in a male sex body with penetration followed by ejaculation (masculine drive) and orgasm in a female sex body with being penetrated (feminine drive) aiming at a “natural link” to reproduction. This hypothesis fails, however, to explain the diverse forms of sexual attraction or orientation, when suggest reproduction as an “end”/ highest form to enjoy sexual/erotic desire. It is not sexual orientation that defines S.I developmental stage. It is capacity to be or feel in tune with both sex and complementary energies, which are incorporated during Idealized Sexual Identities development. This is a relevant detail once anguishes regarding Sexual Identity or orientation are, many times, related to the lack of balance in combativeness and sensibility (intuition) that show up in other areas in life. If this is the case, they are not necessarily sexual orientation issues. Sexual identities blocks are “solved” by settling conflicts with childhood models. Once they are unblocked, people go through fusion (new models and existing ones) and give room for incorporating new feminine and masculine ways of feeling and behaving in both sex/energies. An adult (integrated) identity is meant to hold sexual and erotic interaction between these 4 elements: feminine and masculine sex and drives. This is what defines the “interactional dance” we call sex or making love.
Finally, it is worth mentioning that functional and structural blocks imply different clinical approaches because the reasons behind sexual identities blocks are so systematically avoided that end up being “erased” from consciousness (adults aren’t used to being aware of them). This way, they don’t cause anxiety and are not brought deliberatly as issues to be worked out in psychotherapy.
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