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cecilialeitecosta

ENERGIA SEXUAL E AMBIVALÊNCIA

Atualizado: 27 de fev. de 2021


A medida que a puberdade se desenrola, o/a púbere busca apoio nos pares de iguais, que têm o mesmo sexo e passam pelas mesmas esquisitices e novidades. É um momento de sigilo, confidências, de grande intensidade emocional, de idealização. A grande necessidade é confiar em quem pode “entendê-lo/a” em primeira pessoa (saber e sentir como ele/a) e se espelhar em quem pode ser um novo exemplo a ser admirado. Nesse momento, suas majestades: papai e mamãe”, caem do trono e exemplos de sucesso e status do contexto sócio cultural ao qual o púbere pertença são os candidatos a serem imitados a partir de então: professores, astros, celebridades, etc.. Esse momento é crucial porque, no processo de busca pela identidade própria/adulta, o púbere começa a se descolar do “binarismo moral”- sim e não/ certo e errado/ preto e branco- que configura o universo infantil. A segurança psicológica oferecida pelos modelos dos pais e formadores na infância, entra em xeque.

Além disso, um salto intelectual é propiciado por mais uma informação do banco de dados: a ampliação do raciocínio ou, em outras palavras, a sofisticação do pensamento. O dueto que compõe a nova condição psíquica: necessidade de escoamento da energia sexual e novas condições argumentativas, traz consigo a ambiguidade moral. A tese forte da A.P é que a energia sexual traz essa injunção à personalidade em formação do púbere. É o momento em que o universo moral e estético da infância caduca e a angústia, direcionada para o projeto de busca, lá de trás, volta a ser acionada. A estabilidade emocional conquistada até aqui, cai por terra. Ao longo da infância, o universo de pertencimento é dado pelos cuidadores: a criança convive nos espaços estipulados para ela e, grosso modo, essa é a forma em que o mundo se apresenta. A puberdade exige uma adaptação severa e, às vezes, traumática, porque a ex-criança não tem modelos/ referências de como sentir e se comportar. A energia sexual emerge como uma força sem prescrição e precedente.

Em termos do desenvolvimento da espécie em contexto, o desafio duplo é colocar o adolescente em contato com a transição para um projeto de vida próprio. Esse é o momento de começar a abandonar os modelos morais infantis e buscar novos comportamentos que desafiem o conhecido. Isso é ser um adolescente normal. Essa nova condição psicológica vem acompanhada de uma nova forma de apresentação da angústia, denominada Angústia Existencial.

SEXUAL ENERGY AND AMBIVALENCE

During puberty, pre-adolescents get strongly close, supporting each other, once they know what it is like to feel those awkward and unkown experiences. It is a period of great intensity, confidence, of idealization. Privacy and complicity with friends of the same sex emerge as urgent needs. Friends of the same age “mirror” what happens inside them and, hence, start to work as behavioural models (admiration ones). At this time, your majesties: “mom and dad” fall off their thrones and are replaced by other identity models from pubers’ communities: teachers, pop stars, celebrities, etc. It is the beginning of the transition from child to adult’s identity. It is also time to get over “moral binarism”-yes or no; black or white; right or wrong- that describes child’s moral field. Their psychological safety is gone.

Meanwhile, an intellectual leap happens due to another change coming from hardware/: a logical reasoning take-off. New psyche’s condition could be expressed in the duet: sexual energy arousal and logical arguing abilities sophistication. As a result of it, teenagers start to get in touch with ambiguities.

P.A’s strong thesis is that sexual energy arousal brings up this new condition in teenagers personality. Aesthetic and moral children universes “expire” and anguish, linked to early years intuitive search is activated once again. Children’s emotional balance falls down. During childhood, belonging is taken for granted: it comes from school, clubs and places that shape their daily lives, chosen by parents or caregivers. This is how the world is. Puberty demands, most of the time, hard adaptation, because the ex-child doesn’t have references (models) of how to feel and behave under those new conditions. Sexual energy raises with unprecedented strength.

Considering that development always happens in cultural context, the double challenge is putting teenagers in contact with the transition to a personal life project

It is also time to abandon children’s identity references and embrace new challenging behavioural models. This is what it is like to be a normal teenager. The new psychological condition comes together with a new form of anguish:

Existential Anguish

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