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  • cecilialeitecosta

EGOS CENTENNIALS –MULTITAREFAS PENSANDO FORA DA CAIXA

Atualizado: 15 de mar. de 2023

Dando continuidade aos Post anteriores, dizíamos que as crianças da geração Z (Centennials) em diante, em geral, são muitas incentivadas a ser criativas, são menos reprimidas e mais ansiosas quando comparadas com gerações passadas. Também refletimos sobre como eles são indivíduos mais aptos a mudanças (tanto pessoais quanto profissionais ). Isso parece ser resultado de uma cultura que passou a funcionar desse modo. Portanto, os quadros de ansiedade colocados são proporcionais ao novo contexto cultural, i.e, são proporcionais ao risco de inovar (o que está por vir?) e, muitas vezes, de abandonar algo familiar e estável. Finalmente, outro aspecto da personalidade das novas gerações diz respeito ao modo como a comunicação e a interação mudaram na era digital, e, em última instância, como elas mudaram a relação com o próprio conhecimento. Esse tópico é mais diretamente ligado às mudanças trazidas pela revolução digital e é o que abordaremos, da perspectiva psicológica, nesse Post. Na era digital, a informação está disponível para qualquer pessoa de forma breve, direta e contínua. A comunicação também acontece por meio de conteúdos e imagens breves. O aprendizado acontece na prática e isso faz com que as crianças e adolescentes das gerações Centennial e Alpha sejam naturalmente mais sagazes na relação com o aprendizado prático (mais do tipo "faça por conta própria", pergunte ao Google em caso de dúvida). Visto que qualquer conhecimento está disponível em websites e plataformas de interação virtual, a relação com o conhecimento paulatinamente mudou. Claro, ainda existem professores ensinando, tanto de forma adaptada à realidade virtual quanto de formas mais tradicionais, porém o prestígio dessas figuras como mediadores de conhecimento diminuiu nas gerações mais jovens. De fato, a mudança nas formas de ensino e aprendizado desde a revolução digital excedem em muito nosso conhecimento. Nossa reflexão se concentra nas influências das mudanças culturais nas personalidades, trazendo novos modelos e referências identitárias. Com efeito, o correlato psicológico do novo paradigma mundial- informação, conteúdo e comunicação breves- foi o surgimento de gerações multi-tarefas, acostumadas a fazer muitas atividades ao mesmo tempo mas com dificuldade de concentração e com atenção pervasiva, e isso está associado à tipos de personalidade mais ansiosas. Tornou-se cada vez mas comum diagnosticar crianças com TDAH (Transtorno de Déficit de atenção e hiperatividade), cujas estratégias de tratamento, além dos psicotrópicos, são encontradas em dezenas de manuais na internet (alguns ensinam como se concentrar por mais de 15 minutos...)

De acordo com Corso: “( ...) conhecimento como resultado da pausa para refletir (pensar e assimilar) se torna obsoleto(...)”, assim como a experiência, que vem com o tempo- estofo- menos valorizada. O modelo mainstream é ”pensar fora da caixa”. Em resumo, no que concerne às ansiedades atuais, trata-se de jovens adultos e crianças que valorizam a criatividade, a novidade, que são nômades digitais e mudam muito de emprego (job hopping). Ele são mais safos que os Millennials no que toca ao conhecimento prático, e costumam ser menos exigentes nesse quesito, já que o conhecimento no estilo “aprenda por conta própria” é, em si mesmo, uma estratégia antiestresse. Isso porque o conhecimento vem com a familiaridade com a atividade, o que reduz o stress que é resultante do medo de errar e fracassar. Por conseguinte, um resultado positivo das mudanças culturais na relação das pessoas com o conhecimento trazida pela era digital foi uma relação mais independente com o conhecimento. Ademais, o aprendizado prático funciona como uma proteção espontânea para indivíduos muito auto exigentes, que, ao menos nesse quesito, se tornam menos ansiosos. Por outro lado, há uma espécie “ansiedade pervasiva” constante (o que está por vir?) que se tornou um estado mental natural, e que implica em mais dificuldade em ter foco/concentração. Dessa forma, eles lidam com uma perda nas modalidades de conhecimento que são mais reflexivas e no tipo de conhecimento que vem com o acúmulo de experiência. De qualquer maneira , o dinamismo do conhecimento não nos permite cultivar a nostalgia...novos desafios estão a caminho com a evolução da IA- Chat-GPTs, Multiverso e quem sabe o que virá na sequência!

Continua no Próximo Post


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