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  • cecilialeitecosta

EGO CENTENNIAL- MULTI-TAREFA-PENSAMENTO FORA DA CAIXA

Atualizado: 27 de jun. de 2021

Desde a “crise de autoridade Millennial”[1] estabelecem-se, paulatinamente, outros scripts de conduta morais e modelos de aspiração. A partir dos anos 2000 temos crianças que não conhecem vida fora da internet, que são acostumadas desde cedo a questionar e contam, potencialmente, com muitas possibilidades de horizontes de vida (incentivo à criatividade e busca motivacional para carreira). Grosso modo, são crianças mais criativas, menos reprimidas e mais ansiosas. Vejam bem, ansiedade é um quadro complexo e não pode ser considerado, simplesmente, como reflexo da “inflação criativa” cultural[2]. É razoável, contudo, concluir que a quantidade de referências disponíveis e a criação mais permissiva teve reflexo em egos sem continência interna, sem contorno. Quais os reflexos da mudança no “chão psicológico social”[3] nos egos de agora? Centenials são mais independentes no que toca à busca de seus interesses em grande medida graças à tecnologia. Qualquer “conteúdo” está disponível em sites de busca ou plataformas de interação. Como não é possível vislumbrar a vida fora da internet, os antigos filtros de conhecimento (professores, referências literárias) perdem autoridade e prestígio. O conhecimento como produto, para falar com os Corso[4]: “(...) do momento de parar para pensar, assimilar e refletir(...)” cai em desuso. O acesso à informação é contínuo e acontece forma direta e resumida. Informações, aliás, são copiadas e coladas. O aprendizado tecnológico se dá na prática e, nesse sentido, as crianças e adolescentes atuais são mais safas que a geração anterior. Essa é, também, uma geração multi-tarefa, acostumada a fazer várias atividades ao mesmo tempo mas com pouca capacidade de concentração ou com a atenção pervasiva. Muitas crianças são diagnosticadas como portadoras de TDAH e manuais (juntamente à ritalina) ensinam como se concentrar por mais de 15 minutos... Acúmulo de experiência sai de moda, a bola da vez é “pensar fora da caixa”. A nova estabilidade está na oferta de modelos de como empreender e gerar sua marca pessoal. Os jovens de hoje se sentem mais responsáveis por cuidar dos próprios interesses e necessidades e, nesse sentido, têm maior contenção interna. Mas têm em comum com os Millennials uma ansiedade pervasiva relativa à direção da vida. Independentemente da classe social, a familiaridade tecnológica em contraponto à dúvida com relação ao projeto de vida, são a tônica dos jovens do momento. Essa nova condição psicológica produziu novas expressões de ansiedade.


[1] Post 10- O Pós-Superego e a crise de autoridade, em Influências culturais na formação da Identidade em:www.ceciliapsicologa.org [2] Esse ponto será desenvolvido na sequência [3] Post 3- Cultura e Post 4- cultura e Ego, Post 10-Geração Z/Centennials- empreendedores engajados e Post 11-Centenials-Novo Zeitgeist-Desafios em Influências culturais na formação da Identidade, em:www.ceciliapsicologa.org [4] Corso, D. e M. Adolescência em cartaz. 2008. Artmed.

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