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  • cecilialeitecosta

DESENVOLVIMENTO CENESTÉSICO- CORRESPONDÊNCIA ENTRE SENSAÇÕES E EMOÇÕES

Atualizado: 26 de jan. de 2022

Post anterior, o defecar traz as primeiras experiências de alívio. Elas acontecem com a eliminação das feses, resultantes da mobilização de grupamentos musculares do períneo (a peristalse), que pressionam a parede das alças do intestino, permitindo que o bolo fecal seja expelido. A sensação de alívio é concomitante à experiência emocional de diferenciação cenestésica: ela inaugura a relação do bebê com algo que é externo a ele, mas que surge de dentro dele: o cocô. Essa fase inaugura a vivência cenestésica de surgimento e terá seu correlato emocional nas experiências de criação (surgimento de idéias). Depois, a descarga micctória traz outra novidade sensorial: a capacidade de conter algo e o prazer advindo do ato de expurgar ou liberar: ato de micção. Seu correspondente psicológico é a continência emocional (das sensações e sentimentos) e o prazer advindo da descarga ou liberação de conteúdos contidos. O prazer “agente” no contato com as zonas erógenas começa a ser desenvolvido a partir daí. A criança começa usufruir da relação de prazer com o corpo de forma espontânea ou compensatória mas, para Dias, não erótica, nesse momento. O erotismo surge com a chegada da energia sexual[1].

Dito isso, é possível ter uma ideia da intensidade das vivências cenestésicas que acompanham o desenvolvimento psicológico e biológico nos primeiros anos de vida. Esse turbilhão de sensações se regulariza depois dessa etapa, criando condições da estabilidade biológica para o investimento da energia psíquica na vida social e no aprendizado. Inicia-se, para Dias, a fase do desenvolvimento psicológico e a formação da Identidade.[2]

Continua no próximo Post


[1] A formação do campo intuitivo e a sua relação com a formação da Identidade serão desenvolvidos em ensaio posterior. [2] A Identidade ou o Conceito de Identidade formarão, ao longo da vida do indivíduo, o conjunto de sensações, percepções e convicções que ele atribui a si próprio. São o esteio que lhe confere contorno e sentido na vida. Dias o define como Conceito de Identidade porque assume que a Identidade seja constituída pelo que o indivíduo atribui a si prório- seu “chão psicológico”- e o que ele desconhece sobre si próprio- seu “Verdadeiro Eu”. Um adulto psicologicamente saudável consegue integrar as vivências reprimidas ao seu Conceito de Identidade. Para efeitos didáticos, me referirei à Identidade- identidade pregressa à puberdade- e Identidade Sexual- a identidade que se organiza a partir da puberdade. O Conceito de Identidade começa a se desenvolver no início da socializacão e contemplará os Modelos Pré-existentes (MPE- modelos infantis masculino e feminino) -base para o desenvolvimento da Identidade Sexual, posteriormente. O Conceito de Identidade não se resume a eles. O C.I e a formacao da Identidade infantil serão melhor explorados em ensaio posterior



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