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cecilialeitecosta

DESCARGA DE ENERGIA SEXUAL

No ensaio anterior descrevi, com mais detalhes, as fases do desenvolvimento da identidade sexual[1]. Nesse ensaio introduzirei, brevemente, possíveis origens de bloqueios sexuais estruturais e funcionais oriundos do desenvolvimento da I.S, segundo a AP[2]

Na entrada da puberdade, a maioria das crianças já teve contato com descargas prazerosas vindas da manipulação dos genitais. Qualquer criança, em princípio, é capaz de fantasiar e criar estruturas para essas fantasias- devaneios. Fantasia e devaneio são os precursores da capacidade de planejar e, futuramente, dar rumo aos projetos que satisfaçam as necessidades, desejos e aspirações do indivíduo. A energia sexual o capacitará a dirigir as fantasias, eroticamente, para outros corpos. Essa energia surge, inicialmente, de forma difusa e desorientada. Ela vem na forma de intensidade sensorial, muitas vezes assustadora, porque é acompanhada da erotização das sensações. A primeira e principal via de descarga sexual é a masturbação. Esse canal, dotado de energia sexual, se abre nessa etapa da vida e segue pelo resto da vida com uma das possibilidades de descarga sexual. Na puberdade ela é fundamental porque proporciona aos pré-adolescentes descarregarem a energia sexual sem a necessidade de um parceiro. Em outras palavras, eles começam a experimentar a erotização dos seus corpos até que as condições sociais e psicofísicas propiciem o início da vida sexual ativa. A erotização direciona a fantasia para um objeto de desejo e será, assim, precursora dos planejamentos ligados ao interesse sexual da pessoa. Na vida adulta, supõe-se que a masturbação seja uma via complementar tanto para os atos sexuais quanto para o prazer autônomo. Ela pode, ainda, acontecer como descarga de angústias ainda não identificadas, pois trazem alívio e prazer momentâneos -válvula de escape-. Se ela, contudo, se mantém como a única ou principal via de descarga sexual, isso pode ser o indício de algum bloqueio na I.S.

Continua no próximo Post


[1] De agora em diante usarei a sigla I.S para me referir à identidade sexual [2] A.P-[2] A.P é a sigla de Análise Psicodramática: metodologia que compreende a Teoria da Programação Cenestésica (T.P.C) e do desenvolvimento da Identidade Sexual (I.S), como corpo conceitual e com o método de decodificação de sonhos, além de técnicas adaptadas do psicodrama moreniano como recursos adicionais ao manejo clínico .


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