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  • cecilialeitecosta

CULTURA E EGO

Atualizado: 8 de nov. de 2022

Cultura , no primeiro sentido, pode ser entendido como um “baú de verdades maiores”. Essa verdades funcionam como um roteiro/ pauta de referências de conduta que nos orientam eticamente no mundo. Nos referiremos à Cultura, nesse sentido, como “chão psicológico social”. 2) Valores individuais- A segunda referência à cultura está na compreensão de como ela permeia o desenvolvimento psicológico dos indivíduos. Desse ângulo, ela se desenha de formas mais circunscritas e sutis. A Cultura está presente no “baú menor” que contempla os valores, traços, gostos e estilo da família nuclear e da comunidade de pertencimento. Todos esses ingredientes: aprendizado (social), introjeção dos traços/climas familiares e vivências próprias compõem a identidade. O Ego, por sua vez, exclui do roteiro o que for contraditório com os sentimentos e percepção que temos de nós mesmos, preservando nossa integridade psíquica. Dessa forma, funciona como chão psicológico individual. Ele nos orienta moralmente no mundo. Ainda assim, como discriminar o que é “cultural do que é “genético” na formação da personalidade? De fato, tudo é permeado pela cultura. A relevância do debate está na imprecisão, tendenciosidade ou nas falhas das teorias mais inclinadas para um lado ou para outro (privilegiam os aspectos biológicos em detrimento dos culturais e vice-versa). Os eventos previstos na espécie ajudam a entender a eclosão de angústias (ansiedades) esperadas em certas fases do ciclo vital. Os “sucessos” ou “fracassos” nas performances sociais ajudam a entender a maior ou menor adequação às aspirações da vez. Porém, para abordar a forma como as pessoas adoecem mentalmente é importante entender como isso se passa na experiência de cada um. A psicanálise, na minha opinião, ainda oferece o modelo mais completo para entender a formação da personalidade pela consistência teórica ao explicar como e porquê desenvolvemos padrões psicopatológicos (neuróticos). Esse modelo leva em conta tanto as influências da Cultura quanto da família na formação das neuroses. Por isso, partiremos dela para refletir sobre o que precisa ser atualizado ou aprimorado. Pois bem, se a cultura atravessa todos os níveis de desenvolvimento do Ego- da pauta de costumes ao “jeito de ser” introjetado dos pais - isso não terá implicações no metodologia freudiana hoje? Como eram os Egos no tempo de Freud? Será suficiente entender os sintomas como produto das formas de sofrer de um certo tempo para atualizar a metodologia freudiana? Se não, como podemos avançar nessa discussão? Sem respostas conclusivas, proponho seguir a pista do Ego. Sua investigação abrange os atravessamentos culturais, as neuroses (familiares) e as pistas para saídas autênticas (criativas) para identidades adultas bem resolvidas. Vamos lá?

Continua no próximo Post

CULTURE AND EGO

Culture as a meta-narrative may be understood as the “hugest/essential truths container”. These truths work as a script/moral guideline for how to ethically behave in the world. We’ll refer to Culture, in this sense, as a “social psychological ground”. 2) as individuals’ values (Ego)-In its second sense, culture is intrinsically linked to way individuals develop their own concepts, moral, values (own truths) . From this perspective, it appears in more circumscribed and subtle ways. Culture defines our “smaller truths’ baggage” that entails traits, values, tastes, ways of live that comes from nuclear families and communities they belong to. All these ingredients: learning abilities, family traits and atmosphere introjection and their own experiences constitute identity. Ego, on its turn, excludes contradictory feelings and perceptions from the script aiming at psychic integrity preservation. It works as our “psychological ground” as our moral guideline. Still, how to distinguish what is “cultural” or inherited in personality? In fact, everything is permeated by culture. It is as complex as trivial. The relevance of the debate is grasping flaws in theories that lean for to one way or another (focusing just on biological aspects to the detriment of cultural ones and vice-versa). Expected events along species development help to understand anguishes (anxieties) that eclode during certain phases of life cycle. Successful and failed attempts (performances) help understanding better or worse social adaptation and self-esteem issues. However, to understand how people get mentally ill (symptoms) is necessary to approach individual experiences. Challenge lies in between…Psychoanalysis, in my opinion, is yet the most sophisticated perspective to understand mental illness precisely because it offers a consistent theory to explain why and how we develop certain psychopathological behavioral patterns (neurosis) in order to avoid contact with harmful memories /affects. Thus, we’ll take it as reference to reflect on what is still valid or need to be updated and improved. Well, if culture goes through all Ego’s developmental levels – from moral guidelines to parents introjected traits- wouldn’t it have consequences in psychoanalysis methodology today? How were Egos in Freud’s time? Would it be enough understanding symptoms as a cultural time’s product to updated Freud’s methodology? If not, how can we go further on this matter? Without conclusive answers, I suggest tracking Ego. It brings up, at once, the need of a deeper understand of cultural and inheritance interwine, neurosis and clue on how to find authentic solutions (creative ones) for integrated personalities.

To be continued on the next Post

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