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cecilialeitecosta

CONCEITOS PRÓPRIOS

Atualizado: 5 de jun. de 2021

Por outro lado, a construção de conceitos próprios implica questionar a fronteira entre certo e errado, transgredir à norma, o conservadorismo e em experimentar, a fim de pertencer ao grupo e compartilhar a experiência transgressora. Nesse ponto chegamos às situações e comportamentos de risco. Se juventude está atrelada à rebeldia e liberdade está, naturalmente, associada às drogas e ao álcool - ícones da transgressão. Achar a medida certa entre experimentar e, por outro lado, frear, dar limite, negar, é uma tarefa árdua. Nos dias atuais, o discurso das autoridades competentes: pais, psicólogos, psiquiatras, psicanalistas educadores, dentre outros, é dúbio, no sentido de que soam como uma dupla mensagem: experimente, mas não tanto; seja original, mas seja adequado; se coloque, se posicione (i. é, confronte), mas cumpra as regras (não confronte); escolha a profissão que quiser, desde que seja o que esperamos que você escolha (não nos desaponte).

Assim como é demandante a postura de coragem, por parte dos pais, para conversar sobre a extrapolação desse limites e sobre condutas que podem ter um alto custo, quando não irreversível.

Não existe manual que estipule até que ponto uma pessoa seja corajosa, autêntica e em que ponto se torne um dependente ou um viciado, por exemplo. Ou qual o limite “saudável” entre a aventura de sair escondido com o carro do pai e se ver num acidente consequências severas e, eventualmente, a morte de alguém. Nunca imaginamos que isso acontecerá conosco.

O intuito do texto é ser disparador para uma conversa franca sobre as sutilezas e desafios de se lidar com a adolescência. Considero a adolescência como um momento de resistência - ao conhecido, familiar, antigo - e de grande originalidade. Adolescer, etimologicamente, significa crescer para. Adolescer, contudo, não é somente migrar para a fase adulta (se entendermos como fase adulta alcançar certas performances socialmente esperadas: carreira profissional e vida familiar bem sucedida. Adolescer é também surpreender. Encontrar um boa medida entre experimentar e parar e entre inovar e se adequar pode estar na base para uma adolescência bem vivida. E uma adolescência bem vivida ou resolvida é a base para um projeto de vida adulto pessoal e integrado.

Por outro lado, a construção de conceitos próprios implica questionar a fronteira entre certo e errado, transgredir à norma, o conservadorismo e em experimentar, a fim de pertencer ao grupo e compartilhar a experiência transgressora. Nesse ponto chegamos às situações e comportamentos de risco. Se juventude está atrelada à rebeldia e liberdade está, naturalmente, associada às drogas e ao álcool - ícones da transgressão. Achar a medida certa entre experimentar e, por outro lado, frear, dar limite, negar, é uma tarefa árdua. Nos dias atuais, o discurso das autoridades competentes: pais, psicólogos, psiquiatras, psicanalistas educadores, dentre outros, é dúbio, no sentido de que soam como uma dupla mensagem: experimente, mas não tanto; seja original, mas seja adequado; se coloque, se posicione (i. é, confronte), mas cumpra as regras (não confronte); escolha a profissão que quiser, desde que seja o que esperamos que você escolha (não nos desaponte).

Assim como é demandante a postura de coragem, por parte dos pais, para conversar sobre a extrapolação desse limites e sobre condutas que podem ter um alto custo, quando não irreversível.

Não existe manual que estipule até que ponto uma pessoa seja corajosa, autêntica e em que ponto se torne um dependente ou um viciado, por exemplo. Ou qual o limite “saudável” entre a aventura de sair escondido com o carro do pai e se ver num acidente com consequências severas e, eventualmente, a morte de alguém. Nunca imaginamos que isso acontecerá conosco.

O intuito do texto é ser disparador para uma conversa franca sobre as sutilezas e desafios de se lidar com a adolescência. Considero a adolescência como um momento de resistência - ao conhecido, familiar, antigo - e de grande originalidade. Adolescer, etimologicamente, significa crescer para. Adolescer, contudo, não é somente migrar para a fase adulta (se entendermos como fase adulta alcançar certas performances socialmente esperadas: carreira profissional e vida familiar bem sucedida. Adolescer é também surpreender. Encontrar um boa medida entre experimentar e parar e entre inovar e se adequar pode estar na base para uma adolescência bem vivida. E uma adolescência bem vivida ou resolvida é a base para um projeto de vida adulto pessoal e integrado. _____________________________________

OWN CONCEPTS

Teenagers “own concepts” enable them to question right or wrong, cross boundaries in order to experiment and share the transgressive behavior with friends. At this point we are led to consider risk situations and behaviours. Youth is linked to rebelling and freedom, but also to alcohol and drugs - since they are icons of transgression. Finding the balance between experimenting, on one hand and putting yourself limits, on the other, is a hard task.

Competent authority sounds as a double message: “experiment, but not that much”, “be original, but be adequate”, learn to be critical (confront), but obey the rules (do not confront), choose whatever you want to do as a professional, but choose what we expect you to choose (don’t let us down). It is a hard task, indeed. However, it is also demanding on the parents to impose limits, to talk about risks and their potential irreversible outcomes. There aren’t manuals to tell us at which point authentic behavior turns into addiction one or an adventure, such as taking parent’s car, without their permission, ends up in a car crash. Nobody ever thinks it is going to happen with them.

The goal of this text is to trigger for a canded talk about the subtlety and the challenges of dealing with adolescence. Although adolescence may be seen as a time of opposition to familiar concepts and way of life, it is also as a period of huge originality. The latin word adolesce means to grow towards maturity. Adolescence, however, is not just path to adulthood when performances such as career and raising a family are expected. To “adolesce” is also to surprise. Finding the balance between experimenting and knowing when to stop, being innovative and adequate are the base of a fully enjoyed adolescence which, in its turn, is the base for an integrated life project.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Beni, R. in Dias, R.C.S.V & Cols. (2012). Psicopatologia e Psicodinâmica na Análise Psicodramática. Volume IV. São Paulo. Ágora.

Corso. D.L. & Corso, M. (2018). Adolescência em Cartaz: Filmes e Psicanálise para entendê-la. São Paulo. Artmed.

Dias, R.C.S.V. (1987) Psicodrama- Teoria e Prática. São Paulo. Ágora.

Dias, R.C.S.V e Dias, G.A.S. (2018). Psicopatologia e Psicodinâmica na Análise Psicodramática. Volume VI. São Paulo. Ágora.

____________. (1996). Evolução da Identidade Sexual. In Vínculo Conjugal na Análise Psicodramática. São Paulo. Ágora. IV: pp.81 à 108

Martin, E. G. (1996). A Psicologia do Encontro: J.L. Moreno. São Paulo. Ágora.

Rojas-Bermúdez, J.G. (1978). Núcleo do Eu: Leitura psicológica dos processos evolutivos fisiológicos. Volume I. São Paulo. Natura.


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