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  • cecilialeitecosta

CLÍNICA ATUAL- MANEJO PSICOTERÁPICO

O manejo clínico das novas subjetividades, da perspectiva da Análise Psicodramática, deveria se organizar a partir dos dois eixos- 1)Trabalho com os conflitos neuróticos- na origem dos sintomas: doenças psicossomáticas, disfunções, etc.. ; 2) Organização da contenção egóica, cuja fragilidade não se explica somente pela falta de limites e sim pelas dificuldades inerentes à falta de referencias estáveis. Diferente dos antigos reprimidos freudianos, não se trata de reorganizar um ego super-contido. Trata-se de ajudar os clientes a desenvolverem auto-contenção. Para Dias, essa seria a terapia de contorno. Por fim, não é inteiramente verdadeiro que o Superego esteja enfraquecido hoje em dia. De acordo com Dunker,[1] novos parâmetros de inclusão e rejeição surgiram e funcionam como “Superegos prescritivos”. Eles se expressam na “exigência social” de empreendedorismo e renovação da relações amorosas permanentes. A natureza da vida e das relações passou a ser sentida/percebida como instável. Esse é o novo “chão psicológico social”. E essa condição também traz muita angústia. Especialmente com relação ao rumo da vida. De qualquer forma, nosso interesse é refletir sobre como esse panorama se reflete em novos adoecimentos emocionais, assunto do próximo ensaio. Do ponto de vista do manejo clínico, o trabalho com os adolescentes e adultos de hoje tem o desafio de ajuda-los a encontrar referências genuínas e rumos para a vida autênticos em mundos internos muito flexíveis e sem “modelos dados”. No outro eixo, o trabalho está no alinhamento da expectativa social de criatividade constante mas que continua a cobrar o preço pelo desajustamento[2], mais para frente, quando não se encontra uma direção para vida. A chave do amadurecimento está na integração do Eu[3].

[1]Dunker, C.S. A vida é sofrência? Em:https://www.uol.com.br/tilt/colunas/blog-do-dunker/2021/01/08/ identidades-fluidas-e-formas-de-sofrimento-no-brasil-digital.htm [2] Esse ponto será desenvolvido na sequência. [3] Dias, V.S.1996. O perfil do cliente atual. Em Vínculo conjugal na Análise Psicodramática.p.180

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