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  • cecilialeitecosta

CLINICA ATUAL-MANEJO PSCIOTERAPICO DAS NEUROSES E DOS ADOLESCENTES

A psicoterapia focada na compreensão da origem emocional dos sintomas e dos padrões psicopatológicos (psicodinâmica) precisa ter em mente que bloqueios são mecanismos de defesa mentais contra situações conflitivas que foram sentidas como ameaças no passado. Conflitos não resolvidos geram angústia. Se a angústia gerada pelo conflito (associado ao clima de ameaça psicológica) não for elaborada, será “descarregada” via sintomas. Embora os sintomas causem prejuízos consideráveis à saúde mental e à sociabilidade- embaraços/constrangimentos e limitações-, eles são fruto da busca de equilíbrio psíquico e atuam como uma “solução possível” (solução de compromisso) entre a tentativa de preservar a integridade psicológica. Eles impedem que memórias associadas aos traumas e climas inibitórios venham à tona. Chamamos essa forma de funcionamento mental de inconsciente. De posse desse referencial, o trabalho do psicoterapeuta é investigar os conflitos originais que se atualizam nos conflitos no presente. Ao acessarmos o conflito original, é possível desmobilizar as defesas específicas que o indivíduo desenvolveu, desbloquear os modelos comprometidos no desenvolvimento da Identidade Sexual, quando este for o caso e, por fim, ajuda-lo(a) a desenvolver um ego forte/equilibrado que caminhará junto com o bom-senso ao fazer escolhas genuínas e ao arcar com as consequências dessas escolhas. Não é o psicoterapeuta que dá a direção para a vida do paciente. Isso envolveria os conceitos, valores, ideias que constituem o ego dele e não, necessariamente, o do paciente. Um ego integrado assume, admite, integra suas partes menos nobres e, dessa forma, amadurece. O papel do psicoterapia é oferecer condições- aceitação, proteção e continência- para que esse processo se dê de forma bem sucedida. Na clínica com adolescentes, por outro lado, o bom senso do terapeuta será fundamental. Ao passo que os púberes, inicialmente, vivem um processo de introspecção (em função das transformações cenestésicas em curso em seus corpos) adolescentes estão com energia totalmente para fora. Eles querem ir para vida e pertencer. Diferentemente dos adultos, com quem trabalharemos os conflitos familiares internalizados, os/as adolescentes estão em pleno desenvolvimento da identidade. Isso significa que a psicoterapia do adolescente implica o trabalho com família e com a psicodinâmica familiar .A melhor forma de incluir a família deve ser avaliada em cada caso, tendo em vista que cada uma tem uma psicodinâmica peculiar. Com adolescentes, em geral, se trabalha os conflitos relacionais com eventual uso das técnicas apropriadas para isso: tomadas e inversão de papéis, átomos familiares/amigos(as) e, eventualmente, técnicas corporais para auxilio no desenvolvimento da auto contenção. Com o auxilio dessas técnicas, o psicoterapeuta os ajuda a encontrarem suas identidades sexuais- nos casos dos conflitos encobertos- e a desenvolverem um ego saudável. Para isso é necessário seguir a fantasia do paciente e ajuda-lo a expressar todos os conteúdos, especialmente os que parecerem moralmente reprováveis. Dessa forma os ajudamos a superar a brecha entre fantasia e realidade e a organizarem uma boa relação com o bom senso, fundamental para saúde psíquica e para escolhas integradas à vida adulta.


Fim




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