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cecilialeitecosta

CHEGADA DA ENERGIA SEXUAL

FASE AUTO-SEXUAL

No ensaio anterior comecei a desenvolver as premissas da Tese Tronco da AP:

a distinção entre Sexualidade e Identidade Sexual e, em paralelo, o entrelaçamento dos dois primeiros com a Espontaneidade. Tratam-se de conceitos de naturezas distintas e complementares. Eles se entremeiam por meio das energias feminina e masculina na formação da Identidade dos sujeitos. Nesse ensaio, discorrerei sobre a formação da Identidade Sexual. A partir desse momento, nos referiremos à Identidade como Identidade Sexual.

A Identidade Sexual começa a se formar na puberdade, por volta dos nove, dez anos, na segunda fase cenestésica, com o surgimento dos hormônios sexuais e da energia sexual e vai até os 17,18 anos, mais ou menos. Nos ensaios anteriores introduzi a intensidade dessa fase e sua relevância para o desenvolvimento da identidade. No início dessa etapa, o universo de pertencimento da criança ainda é o infantil. A energia sexual a coloca em contato com excitações e novas sensações que, muitas vezes, trazem medos inexplicáveis, pois remetem ao desconcerto diante sensações desconhecidas. Em termos psicodinâmicos, se instaura a necessidade de voltar a energia psíquica que estava investida fora de si (na socialização) “para dentro”, para o “mundo interno”. Dar conta das novas sensações é o grande desafio desse momento. O contato íntimo com o prazer advindo da manipulação das zonas erógenas já era conhecido da criança. A masturbação surge, de forma reeditada, com um papel diferente: de descarga da energia sexual e será a principal via de descarga erótica nessa etapa, visto que pré-adolescente ainda não sabe como descarregá-la com outro corpo. Se a criança já conheceu o contato íntimo com o seu corpo, ainda que sem energia erótica, ela conhece o prazer que vem da manipulacão das zonas erógenas. Isso facilita o processo de iniciação à sexualidade, que começa pela exploração do próprio corpo. Dias denominou essa fase de auto-sexual

No núcleo familiar, começa a haver necessidade de privacidade, condição para o desenvolvimento e cultivo da intimidade. Construir a privacidade demanda um enorme esforço do púbere porque ele deixa de contar com as referências que funcionaram como solo de sustentação- chão psicológico-, até então.

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