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  • cecilialeitecosta

CENTENNIALS- NOVO ZEITGEIST -DESAFIOS

Atualizado: 1 de jul. de 2021

Do ponto de vista psicológico, no que toca aos estilos de vida e “experimentações de si”, não se trata tanto de personalidades com necessidade de se expandir, como era o caso dos “superegóicos Boomers”. Essa geração experimenta um mundo sem fronteiras, todo conectado. A nosso ver, trata-se mais de encontrar eco para experiências individuais (vivências). O compartilhamento cada vez maior das experiências privadas na internet fortalece os pequenos grupos cujo pertencimento, paulatinamente, passa a ser incorporado à percepção de si (Ego). Esses grupos se definem como minorias identitárias[1]. O fortalecimento egóico se dá pelo pertencimento ao grupo que se estabelece por meio da militância .A legitimidade do pertencimento, por sua vez, acontece à medida que a causa reverbere as experiências de sofrimento individuais, conferindo-lhes uma espécie de “Lugar de fala[2]” psicológico. Aludimos ao “Lugar de fala” porque, diferentemente das categorias psiquiátricas, o pertencimento às minorias relativas à estados emocionais/mentais reivindica o respeito à diferença/singularidade, num movimento de busca de dignidade para condições de sofrimento comumente associadas à falta ou deficiência. Alguns exemplos são: 1)dentro do espectro autista, os autistas de alto-funcionamento passam a reivindicar serem diferentes e não doentes (neuroatípicos); 2) mais recentemente, dentro da comunidade LGBTQIA+, as reivindicações relativas ao preconceito e discriminação são incrementadas pelo espectro que contempla as questões de gênero. Essas são conquistas do Millennials que, para a geração Z são “naturais”. A expectativa de que as pessoas se sensibilizem com o sofrimento relativo à questões emocionais (mentais) passa a ser associado à capacidade de empatia[3]. Temos, assim, indivíduos mais sensíveis e tolerantes às liberdades individuais e sexuais: casamento gay, igualdade de gênero, etc. e inseguros no que toca às perspectivas de futuro, em função do desemprego, da recessão econômica mas, também, pelo próprio leque, cada vez mais vasto, de possibilidades de encontrar o que verdadeiramente lhes motiva. Esse é, grosso modo, o panorama sócio-cultural atual. E o “Ego Centennial”? A geração que já nasce no compartilhamento digital produziu “geradores de conteúdo ininterrupto”. A comunicação se dá por meio de “(...) imagens e conteúdos breves e por isso eles adoram Snapchat e Instagram”[4]. O tempo de atenção é muito breve e sem foco. O novo Zeitgeist (clima/espirito da época), além de produtor compulsivo de TDAHs, tem o desafio de oferecer modelos de aspiração em meio a ídolos efêmeros. Continua no próximo Post

“Zeitgeist é um termo alemão cuja tradução significa espírito da época, espirito do tempo(...)”. Enciclopédia livre em: http://en.wikipedia.org [1] Vou me concentrar nas minorias relativas às experiências de sofrimento psíquico:1) pelo tema estender meu conhecimento; 2) para manter o foco no objetivo do ensaio, qual seja: entender como as formas de organização egóica e psicopatológicas refletem injunções culturais. [2]Lugar de fala é um conceito com múltiplas origens e usado em diferentes contextos. Na análise do discurso de vertente francesa, é utilizado por autores como Bourdieu[1], Foucault[2], Butler e Orlandi[3]. Estes autores falam das relações de poder presentes nos diferentes tipos de discurso de acordo com seus enunciadores, e a posição ocupada enquanto o discurso é enunciado” em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lugar_de_fala No Brasil, o termo foi popularizado por “(...)Djalma Ribeiro, filósofa, feminista e escritora negra para se referir à necessidade de dar voz aos sofrimentos no caso dos negros e pobres que seriam prejudicados ou excluídos das produções intelectuais, saberes e vozes sobre eles. Em: http://en.wikipedia.org [3] Segundo o site Iberdola, Centennials “(...) Têm menos preconceitos: veem a diversidade como um aspecto enriquecedor e que é inerente à sociedade”. Chaves para entender a geração Z. Em:www.iberdola.com Também de acordo com a Wikipedia: “(...) esta geração é tida como a mais tolerante que já existiu,[13] a mais aberta à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo,[14] e inclusive sendo também a mais favorável à igualdade de gênero. Geração Z. Em: Wikipedia. A enciplopédia livre em: http://pt.wikipedia.org [4] Da geracão ‘Baby-boomers’ à pós-Millenial. 50 anos de mudança. Capa, Robert, em: www.iberdrola.com

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