Bloqueio emocional é o termo usado para se referir a causa de sintomas psicopatológicos e a reação do psiquismo à situações sentidas como ameaçadoras. Da perspectiva psicodinâmica, o diagnóstico psiquiátrico ajuda na intervenção e muitas vezes na remissão temporária do sintoma. Os sintomas, contudo, podem reincidir ou se manifestar de outras formas como, por exemplo, em padrões psicopatológicos- ansiedades, compulsões-, disfunções de vários tipos e/ ou doenças psicossomáticas; caso não haja uma investigação mais profunda dos conflitos que estão em suas origens. Diversos bloqueios podem ter repercussões na sexualidade, por exemplo: quadros fóbicos, ansiedade, repressões, depressão e qualquer outro que provoque impedimentos relacionais. Bloqueios podem se manifestar, também, em disfunções sexuais- impotências em vários graus, ejaculação precoce, vaginismo, etc.. e, por fim, estarem relacionados ao desenvolvimento da Identidade Sexual. Esses últimos são marcados por comportamentos que vão de impedimentos de contato a comportamentos sutis que talvez passem desapercebidos por não impedirem as possibilidades de relacionamento. Eles se caracterizam pela escalada fóbica que vai de:1) sentir-se muito sem jeito, 2) totalmente constrangido 3) entrar em pânico e fugir de situações altamente erotizadas e desejadas, específicas da fase em que o bloqueio se instalou. A gradação do desconcerto à fuga remetem à: 1) situações erotizadas e desejadas e situações altamente erotizadas e desejadas com o sexo oposto/energia complementar [1]. As pessoas com bloqueios desse tipo podem não ter queixas relativas a eles se não se expuserem à situações que exijam a expressão parte da identidade sexual que ficou bloqueada. Os sintomas surgem quando elas são expostas à situações que demandem essa parte. Apesar do impacto mais ou menos direto na vida sexual, os exemplos acima não tem relação necessária com a falta ou perda da libido e são mais amplos que o campo da sexualidade. É possível acessa-los via tratamento do sintoma mas nem sempre resolvê-los e os sintomas podem reincidir os se modificarem. A compreensão dos mecanismos de defesa[2][3][4]correlatos aos sintomas passa pelo entendimento dos conflitos na origem do impedimento[5]. Para resolução das disfunções é preciso investigar o conflito que está na base do “Sim” ou do “Não” somático, ou seja, do conflito entre um Sim ou Não para algo, na esfera psicológica, que não está acessível à consciência e é descarregado no Sim ou Não para o alimento (distúrbios alimentares), por exemplo. Ou então, em outro exemplo, uma hesitação -ambivalência- na esfera psicológica, inacessível à consciência, se manifesta em distúrbios da fala (gagueira) ou disfunções sexuais (impotências). Nos casos do bloqueios na Identidade Sexual, o objetivo será mobilizar conflitos que, em geral, estão associados a climas inibitórios na infância que foram introjetados à personalidade. Dessa forma, a fusão com os modelos idealizados da adolescência acontece e a identidade adulta se completa. Se o desenvolvimento da Identidade Sexual se completar de forma saudável temos, potencialmente, uma pessoa com todas as possibilidades de trocas sexuais, eróticas e intimidade para fazer escolhas amorosas genuínas. Na base de todos os conflitos estão angústias. Circunstancias, climas ou estados mentais podem gerar impedimentos e serem angustiantes. O que distingue o impedimento externo (real) do interno é, no segundo caso, o desconhecimento da sua origem. Isso o define como neurótico (patológico). Nos casos citados acima, o elemento em comum é a angústia neurótica. O desafio está na investigação dos conflitos das pessoas que lhes são desconhecidos ou difíceis de serem admitidos. A resolução dos conflitos na base das neuroses é, também, o caminho para os confrontos necessários ao amadurecimento.
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[1] Para maiores detalhes ver Dias em: Ensaio 4-Bloqueios no desenvolvimento da Identidade Sexual. In: www.ceciliapsicologa.org [2] Ver Post 3- Mecanismos de defesa, em Ensaio 8- Angústias contemporâneas. Em: http://www.ceciliapsicologa.org. [3] Para maiores detalhes ver Silva, S. A . Psicodinâmica das defesa intrapsíquicas na Análise Psicodramática. Em: Psicopatologia e psicodinâmica na Análise Psicodramática. Vol II (2008).Agora. SP [4] Ver também Defesa e Recalque, em: La Planche e Pontalis. Vocabulário da Psicanálise (2001). Martins Fontes. SP. [5] Usarei bloqueio e impedimento como sinônimos.
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