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ANGÚSTIAS TÍPICAS DE BLOQUEIOS NA IDENTIDADE SEXUAL -MANEJO CLÍNICO

Dando continuidade ao Post anterior, a característica mais importante das angústias geradas por bloqueios na identidade sexual é que as pessoas, inconscientemente, evitam os parceiros altamente desejados e, portanto, as situações que disparam ansiedade desproporcional nunca acontecem. A pessoas, em geral, não entram em contato com esse tipo de angústia e , consequentemente, as memórias ligadas aso conflitos na base desse padrão de funcionamento, são, paulatinamente, apagadas da consciência. Freud chamou esses padrões inconscientes de funcionamento de psicodinâmicos. Os Parceiros Sexuais Evitados são aqueles cujo contato gera angústia neurótica ou, em outras palavras, acionam o aspecto da sexualidade amortecida ou desconhecida deles próprios. Essa “provocação” costuma ocorrer de forma circunstancial. Uma vez que as pessoas seja demandadas no aspecto da identidade sexual que lhes falta, de acordo com Dias: “(...) o material apagado se acende, se instala um conflito, que gera angústia” (Dias, 1996, p120)[1]. Mas provocar o conflito também pode ser uma escolha deliberada, de confronto da “parte neurótica” dos clientes, que é fruto do trabalho da psicoterapia. O importante é que, a partir de então, o conteúdo antes latente “(...) fica acessível ao setting e é possível algum tipo de abordagem psicoterápica” (Ibid).

MANEJO PSICOTERÁPICO[2]

O manejo consiste em esclarecer essa forma de funcionamento inconsciente (psicodinâmico), mergulhar na angústia neurótica (conteúdos evitados) e, por fim, chegar aos conflitos vindos da infância (especialmente os vindos dos modelos identitários de pai e mãe). Nesse ponto, se o bloqueio não for severo, é recomendado treino de papéis[3]. Algumas das técnicas dramáticas adotadas pela AP são Tomada de papéis e Inversão de papéis. Nesse contexto, trata-se de situações provocadas deliberadamente para que a pessoa comece a experimentar as situações que antes geravam comportamentos fóbicos. O ponto fulcral é entender que angústias geradas por bloqueios na I.S são sempre neuróticas. O insight, por conseguinte, vem da pessoa se dar conta da parte dela nas situações que românticas e sexuais que “não dão certo” ou se repetem numa espécie de “profecia auto cumprida”, gerando a sensação de falta de controle das próprias ações (comportamentos fóbicos). Uma vez desbloqueados os modelos infantis, a fusão com as identidades sexuais idealizadas acontece, a pessoa completa a identidade sexual e passa a ter todos os canais de escoamento da energia sexual liberados para que escolha como viver e explorar a sua sexualidade/erotismo da forma que achar adequada.


[1] Dias, R.C.S.V. 1996.Sexual Identity Evolution. In Conjugal Bond in Psychodramatic Analysis. São Paulo. Ágora.IV:81-108. [2] Chapter VII-Anguishes regarding sexual partners-Part 2 in You Tube –Talking about psychology with Cecília Leite [3]Psychodramatic Analysis is the name of Dias’ methodology. [4] Role Playing is a technique adapted from Moreno’s Psychodrama by Dias in specific clinical situations.

[1] Dias, R.C.S.V. 1996. Evolução da Identidade Sexual. In Vínculo Conjugal na Análise Psicodramática. São Paulo. Ágora. IV: 81 – 108

[2] Bloco VII- Episódio 2-Angústias geradas por bloqueios no Desenvolvimento da Identidade Sexual- Parte 2, em YouTube Falando de Psicologia com Cecília Leite

[3] Técnicas adaptadas do Psicodrama moreniano por Dias com indicações especificas.






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