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  • cecilialeitecosta

ANGÚSTIAS E BLOQUEIOS CONTEMPORÂNEOS-ANSIEDADE

Atualizado: 7 de set. de 2021

No ensaio anterior consideramos o impacto das mudanças culturais na formação dos Egos atuais. Bebês de hoje nascem imersos no mundo digital/virtual. A sociedade atual se caracteriza pela velocidade de informação e referências transitórias. Isso implica uma infância mais exposta à ambiguidades morais- menos certos e errados- num estágio que não e compatível com a maturidade psicológica para isso. Isso não é um tema sujeito à controvérsias. Isso é o normal. O amadurecimento biológico/psicológico continua seguindo o mesmo script: crianças incorporam modelos, sobretudo, vindos da família. Puberdade/adolescência são marcadas pelos processos de erotização dos comportamentos, idealização e surgimento da Angustia Existencial. As transformações culturais do final do século 20 resultaram em criações mais abertas, egos mais marcados pela com falta de contorno que pela super-contenção/repressão[1] e o que é característico do século 21 são indivíduos que não conhecem a vida fora da rede[2]. Ainda é cedo para avaliar mudanças estruturais na identidade nessa nova forma de vida, visto que ela está em pleno andamento, salvo pelas constatações mencionadas acima. Com efeito, a falta de auto contenção está associada à ansiedade. Mas ansiedade não é origem do sintoma e sim uma manifestação sintomática. A definição tautológica causa confusão no manejo clínico. Em outas palavras, sintoma explicado pelo próprio sintoma não ajuda muito no manejo psicoterápico. Ansiedade, bem como prejuízos na sociabilidade, lesões e disfunções de origem desconhecida são sintomas de angústias e não sintomas de ansiedade. Angústias podem ser reais (circunstanciais), existenciais e/ou patológicas (neuróticas). Salvo essas generalizações, é preciso avaliar cada caso. Todas as praticas para aumento da contenção externa- práticas respiratórias, meditação, atividades físicas e medicação- são uteis e validas. [3] mas, em alguns casos, talvez não sejam suficientes. Se for assim, o que “resolverá” a ansiedade será reestruturar ou desenvolver (a depender do caso) um Ego saudável. Um Ego saudável é um ego integrado. Ele olha para os próprios medos, vergonhas, desencaixes e tem os pés firmes no chão, cabe no próprio corpo. Dessa forma pode se assumir, se posicionar e se lançar na busca da satisfação de suas necessidades e vontades[4][5] Naturalmente, para isso, precisa saber quais são seus desejos. Tranquilidade vem na esteira do amadurecimento. Dito isso, o incremento na psicoterapia de hoje é tratar indivíduos que alargaram as expectativas de auto realização e projetos de vida- direção para o futuro. Continua no próximo Post

[1] Para mais detalhes ver Post 7-O Pós-superego e Crise de identidade, Post 8- Ego sem contorno, Post 9- Limite versus contorno, Post 13- Millennails e Centennials- Reformulação Egóica in Ensaio 7- Influências Culturais na formação da Identidade in: www.ceciliapsicologa.org [2]Para maiores detalhes ver: Post 12- Centennials- Multi-tarefa- pensamento fora da caixa. [3]As afirmações acima atestam minha percepção clínica da ansiedade baseada, sobretudo , no referencial da Análise Psicodramática e não implica juízo valorativo sobre a eficácia dos diversos métodos usados para tratamento da ansiedade. [4] Dias, V.S. Analise Psicodramática. Teoria e prática. (1986). Ágora. SP [5]________ Psicopatologia e psicodinâmica na analise Psicodramática.V.I (2006). Ágora. SP


V.I (2006). Ágora. SP

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