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ADOLESCÊNCIA- FASE DE TRANSIÇÃO

  • cecilialeitecosta
  • 23 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura

Dando continuidade ao Post anterior, a segunda fase de projeções idealizadas acontece com outros corpos, de outros sexos. No caso das meninas, o “primeiro namorado” é um menino idealizado, que pode até desconhecer seu status (de namorado). Trata-se de um processo de projeção semelhante ao da etapa anterior: traços psicológicos admirados em homens –ídolos passam a ser projetados no “primeiro namorado”. É uma relação ainda marcada pelo descompasso entre a intensidade dos sentimentos e nível de contato físico real. De agora em diante, porém, o que está em jogo é começar a interagir, eroticamente, com um corpo diferente do dela. A sintonia com a erotização do outro corpo e sexo oposto permite a moça incorporar os traços psicológicos desse homem idealizado- identidade sexual masculina idealizada- que, por sua vez, se fundirão ao modelo masculino infantil que ela introjetou ao longo da infância, formando a sua identidade sexual masculina. O rapaz passa pelo mesmo processo: projeção de traços de mulheres-ídolo na “primeira namorada”, incorporação dos traços da identidade sexual feminina idealizada e fusão desses traços com a identidade sexual feminina infantil para, finalmente, formarem sua identidade sexual feminina. Essa etapa é crucial porque ao introjetar a identidade sexual feminina, o menino é capaz de se sintonizar com como se sente e se comporta uma mulher numa situação erotizada. Essa sintonia permite ao menino criar, aos poucos, intimidade e cumplicidade com o prazer feminino. E vice-versa. Essa seria, segundo Dias, a condição de possibilidade da interação sexual, etapa final da formação da identidade sexual. A interação sexual implicaria, por exemplo, em um corpo masculino se sentir excitado frente a um corpo feminino, se sintonizar com a excitação que vem do corpo feminino, aumentando a excitação do seu corpo, instalando a dança ou ciclo erótico interativo que conhecemos como sexo. O ápice desse circuito de aumento da excitação de ambos está na descarga orgástica simultânea entre eles. Dias, parafraseando Moreno, chama esse momento de Encontro[1]. Nesse instante os corpos, misturados, alcançam a sensação de completude. Ele é único, fugaz e acontece graças a sintonia do rapaz com a erotização e excitação masculina e feminina e a sintonia, da moça, com a excitação e erotização feminina e masculina, que incorporaram longo do desenvolvimento da identidade sexual.

Continua no próximo Post



[1]Embora a teoria de Dias considere o Encontro como resultado de encontros entre sexos diferentes, seu objetivo não é traçar fronteiras entre a normalidade e patologia nos diversos formatos de encontros amorosos e, sim, marcar a importância da exploração de todas as formas de descarga e sintonia eróticas para usufruto integral do prazer sexual e sensação de completude no encontro amoroso. Meu intuito será frisar que isso independe (ou não está necessariamente atrelado) à orientação sexual .Esse tópico será abordado posteriormente nos ensaios:4- Bloqueios no desenvolvimento da Identidade sexual e 8- Angústias contemporâneas.

 
 
 

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