top of page
cecilialeitecosta

ADOLESCÊNCIA

MODELOS INFANTIS E AS INFLUENCIAS CULTURAIS NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE SEXUAL


Ela tem, por outro lado, vivências introjetadas de formas de estar no mundo mais integradas ou oprimidas, captou e introjetou climas hostis, de insatisfação, opressão ou facilitação da espontaneidade e elas são condição sine qua non para a liberdade de experimentar novidades ou repetir as formas de estar no mundo dos cuidadores. Essas vivências terão repercussão, também, na escolha dos possíveis parceiros, na vida sexual. Por isso é saudável que algum nível “oposição”, por parte do adolescente, aconteça nessa fase (1). (2) Esse panorama nos ajuda a imaginar o contexto da adolescência como uma fase de contato com novas das sensações: energia sexual, ambiguidade moral (nem sempre o desejo da pessoa está de acordo com as convicções pessoais e/ou as expectativas que se sente impelida à corresponder) e a necessidade de começar a se colocar no mundo de forma pessoal (não apenas como membro de uma família de origem). A proposta da sequência de ensaios é oferecer uma leitura do desenvolvimento da Identidade Sexual que seja complementar à teorias do Desenvolvimento psicológico já existentes (vide Teoria da Adolescência Normal) no ponto que acho mais controverso: o “protocolo” genético para o Masculino e o Feminino. O Homo sapiens, diferente das outras espécies de mamíferos- foi agraciado com a inteligência criativa: capacidade de intervir na natureza de forma a satisfazer suas necessidades e vontades. Essa habilidade o tornou mais apto a sobreviver em muitas ocasiões e, também, mais apto para criar condições artificiais que lhe permitissem usufruir da criatividade e do prazer de formas não “naturais”. A distinção entre o que vem a ser geneticamente determinado e desenvolvido numa cultura é um ponto controverso de difícil delineação. A teoria da IS, naturalmente, não esgota o tema. A relevância da discussão, no campo do estudo da sexualidade humana, está no aporte teórico para a compreensão clínica e no posicionamento ético e moral diante das controvérsias relativas relativas ao campo da sexualidade.


(1) - O limite entre oposição saudável e pirraça pode ser tênue. Essa medida precisa ser encontrada na experiência prática, lançando mão dos recursos disponíveis em cada situação. (2) - O embate entre o contexto sócio-cultural de inserção do adolescente e o seu ambiente de inserção familiar também são fundamentais para o desenvolvimento e para os bloqueios na Identidade Sexual. Não entraremos nesse tópico porque o foco dos ensaios está nos aspectos fenomênicos da formação da identidade e a sua contribuição para compreensão dos aspectos inconscientes na formação da Identidade Sexual.

5 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page